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    Covas afirma que lockdown é uma possibilidade em SP, mas ainda não é o momento

    Prefeito da capital afirmou que até o momento mais de 1.800 mortes foram confirmadas na cidade e mais de 1.200 mortes ainda estão sob suspeita

    Carla Bridi , da CNN, em São Paulo

    O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (6) que a possibilidade de um lockdown para a capital do estado é uma das alternativas estudadas pela administração, mas que a decisão para a implementação cabe à Secretaria Municipal de Saúde.

    “A prefeitura tem em cima da mesa várias opções de ação. Estamos buscando opções que não restrinjam a atividade econômica”, respondeu, após ser questionado por jornalistas durante coletiva de imprensa online.

    “A área da saúde vem insistindo que estamos cada vez mais nos aproximando do número de pico da doença, razão pela qual não só o lockdown, como outras medidas estão sendo estudadas”, disse o prefeito. “Quando a gente tiver tranquilidade, e for o momento, quando for apontado pela Secretaria de Saúde, a gente anuncia a implementação delas.”

    O estado de São Paulo é o mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, com a capital sendo o epicentro da doença. De acordo com o balanço da secretaria estadual de Saúde, divulgado nesta terça (5), São Paulo tem 34.053 casos de Covid-19 e 2.851 registros de morte em decorrência da doença. Nesta quarta, Covas afirmou que até o momento mais de 1.800 mortes foram confirmadas na capital e mais de 1.200 mortes ainda estão sob suspeita.

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    Bolsonaro

    Pela segunda vez nessa semana, o prefeito criticou declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o sistema de pagamento do auxílio emergencial para pessoas de baixa renda, autônomas e desempregadas.

    Covas anunciou a ampliação na rede de atendimento dos CATs, os Centros de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo, para encaminhar mais de 2,2 milhões de paulistanos ao recebimento do auxílio de R$ 600. De acordo com o prefeito, houve o aumento de 9 para 14 CATs, o que amplia a capacidade de atendimento diário de 675 pessoas para 2.000 pessoas.

    “É a tentativa de tentar resolver esse problema que nem seria responsabilidade nossa. Mas o que acontece aqui na cidade de São Paulo é responsabilidade nossa. Como eu já disse, aqui não tem ‘E daí’”, afirmou, em referência à fala de Bolsonaro quando questionado sobre o aumento do número de mortes por novo coronavírus no Brasil. 

    Bloqueios

    Em relação à suspensão dos bloqueios parciais e totais em avenidas na cidade, responsáveis por 62 km de lentidão no período da manhã de terça-feira, Covas apontou que “infelizmente, a medida não surtiu o efeito necessário, não diminuindo a circulação de pessoas na cidade”.

    Os bloqueios voltaram a ser “exclusivamente educativos” em toda a capital a partir desta quarta, de acordo com o prefeito. Covas afirmou também que a Secretaria Municipal de Transporte deve apresentar outras medidas para manter o isolamento social.

    O Ministério Publicou instaurou um inquérito civil para apurar os efeitos da implementação dos bloqueios, solicitando esclarecimentos à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

    UTIs

    Covas também destacou trecho do decreto publicado nesta quarta no Diário Oficial da cidade, que regulamenta a requisição de leitos de UTI que não estejam ocupados na rede privada de hospitais da cidade para disponibilizá-los ao SUS.

    O texto prevê que, caso o Poder Público não consiga autorização para utilizar os leitos de forma consensual, eles deverão ser fornecidos da mesma forma. Covas informou que o valor da diária de um leito em UTI pago pela prefeitura aos hospitais será de R$ 2.100.

    Convênios com hospitais da rede particular já foram acertados, de acordo com a prefeitura, com a entrega de 700 leitos a mais de UTI para o SUS. A previsão total é de mais de 1.400 leitos. 

    Máscaras

    Em relação ao uso obrigatório de máscaras em áreas públicas, que entra em vigor em todo o estado a partir de quinta-feira (7), o secretário municipal de Saúde, Rubens Rizek, afirmou que a fiscalização será de responsabilidade das subprefeituras, além dos próprios estabelecimentos, que estarão sujeitos à multa.

    “Os estabelecimentos de serviços essenciais têm que zelar para que todos os funcionários, colaboradores ou clientes estejam usando a máscara de proteção, preferencialmente a máscara caseira”, disse. A disponibilização de álcool em gel 70% para todos que estiverem no ambiente também será obrigatória.

    Rizek também reforçou que os estabelecimentos de serviços não essenciais que estiverem abertos de maneira ilegal estão sujeitos a um aumento da fiscalização das subprefeituras, com o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar. “Multas previstas estão no decreto. A mais grave é a cassação da autorização de funcionamento do comércio, não só para a pandemia, mas para sempre”.

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