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    COP 28: entidades cobram cronograma para eliminação dos combustíveis fósseis até 2050

    Grupo que reúne 61 organizações defende que Brasil lidere o debate internacional e sugerir acordo de redução gradual durante a conferência

    Bomba de gasolina em posto de combustíveis de Brasília
    Bomba de gasolina em posto de combustíveis de Brasília 07/03/2022REUTERS/Adriano Machado

    Brenda Silvada CNN

    A duas semanas da COP 28, 61 organizações brasileiras se uniram para cobrar do governo federal a apresentação de um cronograma para eliminação gradual de combustíveis fósseis até 2050.

    Liderado pelo Observatório do Clima, o grupo pede que um acordo internacional seja fechado durante a conferência. A intenção é que os países se comprometam a cumprir datas e metas de redução da produção de combustíveis fósseis. Para as organizações, essa forma de “energia suja” é a principal causa do aquecimento global.

    “É só ver a crise climática se mostrando em 2023 para entender que não há mais espaço para continuar explorando combustíveis fósseis. Então a ideia é que o Brasil assuma a liderança nessa discussão toda. O Brasil pode e deve assumir esse papel de chamar outros países para debater esse acordo”, afirmou Suely Araújo, especialista sênior em Políticas Públicas do Observatório do Clima.

    A posição conjunta das 61 organizações brasileiras foi divulgada em coletiva nesta quinta-feira (16). Segundo os organizadores, o documento com as demandas será enviado ao Planalto, ao Itamaraty e ao Ministério do Meio Ambiente para que o governo apresente as metas na COP 28.

    A 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima — a COP 28 — ocorrerá entre 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes.

    Demandas e metas

    O objetivo das organizações é que a produção de combustíveis fósseis seja eliminada até 2050. Para as metas, o grupo quer a redução de pelo menos 43% da exploração e da queima dos combustíveis fósseis até 2030, e de 60% até 2035.

    Além do cronograma, elas pedem mecanismos econômicos de apoio a países menos desenvolvidos e maior responsabilização de países mais ricos. Para isso, sugere-se o pagamento de um imposto global sobre os lucros de grandes petroleiras, que seria revertido para ajuda em outras nações que têm dificuldade em se adaptar às mudanças climáticas.

    “Outro ponto importante e constante no documento é a questão da delimitação das áreas de exclusão da produção de combustíveis fósseis. No nosso entendimento, a Amazônia tem que estar no topo dessa lista”, disse Suely Araújo.

    Opções de geração de energia no Brasil

    O ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, Luiz Eduardo Barata, participou da coletiva e falou sobre o cenário nacional de energia.

    Segundo o engenheiro, o setor elétrico brasileiro não precisa utilizar combustíveis fósseis para a geração de energia. “Nós temos uma situação particular no mundo porque dispomos de todas as outras fontes. Nós dispomos das hidrelétricas, das eólicas e das solares”, afirmou Luiz Eduardo Barata.

    Para o ex-diretor, esse cenário demonstra que o Brasil é capaz de “estancar rapidamente” a eliminação dos combustíveis fósseis para a geração de energia elétrica. “Mas o que temos visto, na verdade, é um movimento contrário”, completou.