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    Coordenadores do IBGE pedem adiamento do Censo de 2020 devido à pandemia

    Servidores afirmam que até o momento não foram proporcionadas condições sanitárias adequadas para realização da pesquisa

    Pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) durante pesquisa de campo
    Pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) durante pesquisa de campo Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE

    Fabrício Julião, da CNN, em São Paulo

    A executiva do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (ASSIBGE), solicitou à direção do Instituto o adiamento da realização do Censo de 2020 por causa da pandemia. Em carta, divulgada nesta quarta-feira (4), servidores afirmam que até o momento não foram proporcionadas condições sanitárias adequadas para a realização da pesquisa. Alguns deles ameaçaram deixar o cargo caso o pedido não seja acatado. 

    O movimento a favor do adiamento começou no Rio Grande do Sul. Funcionários do IBGE no estado protestaram contra as medidas atuais estabelecidas pela direção. Uma pesquisa de abrangência nacional realizada com 246 coordenadores do IBGE, que representa 50% do total, constatou que 82% rechaça a realização do Censo em meio à pandemia. 

     Segundo o Sindicato, o evento exige a contratação de mais de 200 mil trabalhadores temporários, com a realização treinamentos complexos, e distribuição de matérias de proteção para a visita aos domicílios brasileiros. Além disso, o orçamento considerado baixo inviabiliza que a pesquisa seja realizada com segurança tanto para aos servidores quanto para a população visitada, de acordo com a ASSIBGE.

    Os preparativos para o Censo de 2020 começaram em 2018 e previam orçamento de R$ 3,4 bilhões. Um ano depois, o orçamento foi reajustado para R$ 2,4 bilhões, com corte de mais de 30% do estipulado. Após a alteração, a entidade sindical iniciou uma campanha pedindo um orçamento que julgam adequado para a realização do Censo. Adiado para 2021, o orçamento foi reduzido novamente e passou a ser de R$ 2 bilhões. Em razão da crise sanitária provocada pelo coronavírus e do aumento do número de infecções no Brasil, eles pedem um novo adiamento.

    “Diante dessas circunstâncias, é temerário seguir com um cronograma, ignorando o agravamento da pandemia no país. A operação censitária não se inicia com sua coleta, mas com testes pilotos, experiências de campo, cadeias de treinamento, entre outras atividades que, se levadas a cabo conforme o planejamento inicial, estarão colocando em risco os profissionais envolvidos nas várias fases de realização do Censo. Parte significativa deles com idade avançada e com comorbidades”, avalia o Sindicato.

    A ASSIBGE informou que as reivindicações foram ratificadas pelos todos os núcleos estaduais do Sindicato. O IBGE foi procurado pela CNN, mas até o momento não se manifestou.