Construção da personalidade assassina começa na negligência familiar, afirma Campbell
Ullisses Campbell, autor de livro sobre o Maníaco do Parque, revela como a infância traumática de Francisco de Assis Pereira moldou sua índole criminosa
A construção de uma personalidade assassina tem suas raízes na negligência familiar durante a infância, afirma o jornalista e escritor Ullisses Campbell, autor do livro “Maníaco do Parque”. Em entrevista à CNN Brasil, Campbell detalhou como a infância traumática de Francisco de Assis Pereira, conhecido como o Maníaco do Parque, contribuiu para moldar sua índole criminosa.
Francisco de Assis Pereira foi condenado pela morte de sete mulheres e pelo estupro de mais de uma dezena de jovens, em um caso que chocou o Brasil na década de 1990. O livro de Campbell, que já figura entre os mais vendidos do país, busca compreender o que está por trás de indivíduos que cometem crimes tão bárbaros.
O início de uma personalidade assassina
Segundo Campbell, a negligência familiar desempenhou um papel crucial na formação da personalidade de Pereira. “Esses assassinos, eles não nascem do dia para a noite, começam com uma negligência familiar na infância”, explica o autor.
Campbell revela um episódio perturbador da infância de Pereira: “Quando a mãe dele estava grávida, um avô que era adepto do satanismo disse para ela que ela estaria gerando um bebê do diabo e, a partir dessa informação, ela começa a negligenciá-lo”.
O autor descreve como a mãe de Pereira se mudou de São José do Rio Preto para São Paulo com dois de seus filhos, deixando Francisco para trás com o avô. “É a partir da infância em que se começa a se construir essa personalidade assassina do Francisco”, afirma Campbell.
O livro de Campbell não se concentra nos crimes em si, mas na formação da personalidade de Pereira, oferecendo uma perspectiva única sobre a gênese de um assassino em série. Essa abordagem busca lançar luz sobre os fatores psicológicos e sociais que podem contribuir para o desenvolvimento de comportamentos criminosos extremos.
A obra de Campbell se junta a uma série de produções culturais que exploram casos criminais notórios, como o de Suzane von Richthofen, que também foi adaptado para o cinema. Essas narrativas não apenas capturam a atenção do público, mas também suscitam debates importantes sobre saúde mental, estrutura familiar e prevenção de crimes violentos na sociedade brasileira.