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    Consciência negra contra a pandemia do racismo

    O racismo é como um vírus que pega; se um faz e, para ele, e quem o cerca, está tudo bem, o outro pode achar que está tudo bem mesmo e fazer igual

    Marcha da Consciência Negra em São Paulo no dia 20 de novembro de 2021
    Marcha da Consciência Negra em São Paulo no dia 20 de novembro de 2021 Foto: ISABELLA FINHOLDT/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

    Basília Rodrigues

    O Brasil é um país onde há racismo mas ninguém se admite racista. Apesar do diagnóstico da doença, o vírus nem sempre é identificado.

    Assim, não há mesmo doença que passe, nem com remédio, nem com 134 anos de fim da escravidão. Há tempos, vivemos negacionistas na pandemia do racismo. O corpo sucumbe aos sintomas mais cruéis, ansiedade, baixa estima, depressão e, nesta medicina social, está comprovado que a vítima pode até morrer por racismo.

    Isso pode acontecer na saída de um supermercado, vai que é confundido pelos seguranças; pode acontecer em uma abordagem policial; na fila do vestibular; na seleção de emprego; ou em qualquer outro lugar do país.

    E isso só ocorre porque o vírus ainda está lá, se relacionando com os sadios e com os de imunidade baixa, suscetíveis a repetir maus comportamentos.

    O racismo é como um vírus que pega. Se um faz e, para ele, e quem o cerca, está tudo bem, o outro pode achar que está tudo bem mesmo e fazer igual.

    O racismo é um comportamento errado e criminoso que infelizmente inspira plágio. Na analogia patológica, é como se fizessemos questão de ser ou continuar doentes. Nenhum racista solta a mão de ninguém, seguem às ruas sem máscara mesmo.

    E assim, caminha a humanidade, aquela da consciência humana, em que todos são iguais, ainda que alguns sejam mais iguais que outros.

    O 20 de novembro é para justamente todo mundo encarar a consciência negra, em que seria maravilhoso se o mundo dos iguais existisse, mas o da realidade exibe distâncias abissais entre essas pessoas de pele branca e pele preta porque umas vivem e outras sobrevivem; umas crescem e outras brigam para não serem encolhidas.

    O 20 de novembro é um dia para lembrar sobre o que é racismo e como combatê-lo.

    O 20 de novembro é um apelo à boa comunicação, para nem mesmo se parecer com um racista.

    É uma data de respeito e dignidade, que a Constituição diz ser humana, ainda que, na prática, não seja vivida por todos.