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    Comunidade em Guarulhos recebe doação em meio à crise e paralisação do aeroporto

    Ação ajudou 300 famílias vizinhas ao aeroporto com mais de cinco toneladas em cestas básicas e itens de higiene pessoal

    Por Anthony Wells e Diego Viñas, da CNN, em São Paulo

    Saguão vazio. Nenhuma fila. Ninguém no balcão. Lojas fechadas. Nos portões, apenas aviões parados. Essa é a situação no terminal internacional do aeroporto de Guarulhos, o maior da América do Sul. O telão, normalmente cheio de voos saindo do Brasil para o mundo, agora, mostra apenas três, e um deles, cancelado.

    O setor aéreo brasileiro tem sofrido sua pior crise na história. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, houve uma queda de 85% nas operações diárias de pousos e decolagens. De acordo com a Agência Brasileira das Empresa Aéreas (Abear), os voos domésticos caíram 32,84% em março, em relação ao mesmo mês de 2019.

    Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) também revelam que a demanda por viagens aéreas internacionais em março entre as companhias aéreas nacionais recuou 45,38%, na comparação com o mesmo mês de 2019.

    Com a paralisação, são as comunidades no entorno do aeroporto, que dependem da movimentação no local, as mais prejudicadas.

    Na comunidade Malvinas, por exemplo, a maioria da população ou trabalha em empresas terceirizadas no aeroporto ou são trabalhadores autônomos, um dos grupos mais afetados pela crise.

    “O pessoal passando fome é o que mais tem. E agora com esse desemprego está pior”, relata a dona de casa Eliena Alves de Oliveira.

    Por isso o aeroporto ajudou 300 famílias vizinhas com mais de cinco toneladas em cestas básicas e itens de higiene pessoal, além de 450 litros de produtos de limpeza.

    “Com o problema da Covid-19, a gente percebeu que era o momento de ajudar essas famílias e dar um atendimento um pouco mais eficaz”, explica Gustavo Figueiredo, CEO da concessionária GRU Airport.

    Leslye Milena, desempregada e mãe solteira de 3 filhos, não conteve as lágrimas na hora de receber a doação. Ela relata a dificuldade para encontrar um emprego em meio à pandemia e explica que a maioria das pessoas que ela conhece e que trabalhavam em empresas terceirizadas no aeroporto foram despedidas.

    “Eu estou bem alegre porque lá em casa não tinha nada, de verdade. Agora dar para ajudar os meus filhos, então eu agradeço muito a vocês, porque as coisas não estão fáceis”, conta a moradora.

    A ação foi um alívio também para a Dona Eliena, que vai poder colocar comida na mesa.

    “Eu vou ter o que comer hoje e amanhã”, disse a dona de casa.

    A ação beneficiou cerca de 1200 moradores. Com agendamento prévio, eles foram atendidos por hora e organizados em filas, respeitando as demarcações de distância mínima, antes de retirarem as cestas.

    “A gente sabe que o momento não está fácil para ninguém, para as pessoas, a sociedade, as empresas, mas a gente precisa continuar ajudando as pessoas que estão em situações mais críticas”, disse Zilma Cardoso, coordenadora de Responsabilidade Social do Grupo Invepar, empresa dona da GRU Airport e que liderou a doação.

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