Comitê Científico do Rio é favorável a Réveillon e Carnaval sem restrições
Aulas presenciais com 100% da capacidade também foram analisadas e tem aval para retomarem na cidade
O Comitê Científico do Rio mostrou-se favorável à realização do Réveillon e Carnaval de 2022 sem restrições impostas pelas pandemia.
Com isso, a cidade já deve começar a preparação para receber os megaeventos no formato tradicional, ou seja, sem uso de máscara e distanciamento social. A decisão foi oficializada durante reunião realizada na tarde desta terça-feira (5), onde os membros avaliaram a situação atual da pandemia, levando em consideração o número de casos de Covid, internações e o avanço da vacinação.
Em contato com a CNN, um dos integrantes do comitê, o médico infectologista Alberto Chebabo, informou que a expectativa é de que o Rio conclua a segunda etapa do plano vacinal entre os dias 20 e 25 de outubro, com mais de 65% da população carioca imunizada com a 2ª dose da vacina contra a Covid-19. Nessa fase, a prefeitura já começa a desobrigar o uso de máscaras em locais fechados, com exceção de transportes públicos e hospitais. Em novembro, com 75% da cobertura vacinal, o uso da proteção facial passa a ser exigida apenas em transportes públicos e hospitais. Atualmente, a cidade tem 57% da população com o esquema vacinal completo.
“Estamos evoluindo em um cenário muito favorável e adequado”, ressaltou Chebabo.
Para o pediatra e sanitarista Daniel Becker, também membro do conselho, os resultados são animadores e a situação epidemiológica do Rio já é considerada a melhor desde março de 2020.
“O momento é de baixa transmissão, poucos casos internados, sem fila para CTI. O momento é extraordinário, mesmo com a variante Delta predominando em quase 100% do Rio de Janeiro. Nós ratificamos o apoio à prefeitura com a liberação gradual das restrições”, enfatizou Becker.
Segundo o presidente da Liga das Escolas de Samba, Jorge Perlingeiro, a produção do Carnaval “vai começar em tempo saudável, respeitando o organograma. Espera-se que a produção da festa aconteça entre novembro e janeiro, gerando, somente na cidade do samba cerca de 3 mil empregos diretos.
Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o carnaval do Rio gera 36 mil empregos diretos e indiretos, apenas nos dias que compõe a realização dos desfiles das escolas de samba. egundo a prefeitura do Rio, ao longo de todo o período de preparação do Carnaval nos barracões da Cidade do Samba e nas quadras de escolas de samba são gerados aproximadamente outros 29 mil empregos diretos.
Ao todo, estima-se que o Carnaval gere um impacto econômico de R$ 2,2 bilhões de reais na economia da cidade do Rio de Janeiro, deixando um retorno aos cofres públicos de aproximadamente R$ 155 milhões de reais em tributos municipais, estaduais e federais recolhidos durante o evento.
Ainda no encontro de hoje, os especialistas recomendaram o retorno pleno das aulas presenciais em todas as unidades de ensino públicas ou particulares, nos diferentes níveis de educação. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) ressaltou que está mantido o uso obrigatório de máscaras de proteção e a maior ventilação possível nos ambientes. As salas de aula poderão retornar às suas configurações iniciais, recuperando a capacidade de estudantes que acolhia no período anterior à pandemia. Casos de evasão escolar devem ser apurados por busca ativa dos alunos, atraindo-os novamente à rotina de estudos.