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    Com sistema de saúde exaurido, prefeito de Manaus pedirá ajuda internacional

    Arthur Virgílio diz que situação é de “de calamidade, uma vez que já ultrapassamos há tempos a situação de emergência”; são mais de 100 mortes por dia

    Da CNN, em São Paulo

    No último sábado (18), 122 pessoas morreram em Manaus. No dia seguinte, 103. Destas, 53 pessoas morreram em suas casas, sem assistência médica e com causa da morte indefinida. As informações são do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), que em entrevista para a CNN nesta terça-feira (21) relatou o estado da saúde na capital do Amazonas — segundo ele, “de calamidade, uma vez que já ultrapassamos há tempos a situação de emergência”.

    À CNN, a Prefeitura de Manaus informou que vem realizando nos últimos dias cerca de 100 enterros por dia, ante uma média de 30 no período pré-pandemia. A prefeitura disse que adotou o “sistema de trincheiras” — na prática, a abertura de valas comuns — para o enterro de vítimas do COVID-19. De acordo com o Ministério da Saúde, o Amazonas contabilizou 2.270 casos e 193 mortes pela doença até esta terça-feira (21), com a grande maioria dos casos em Manaus.

    Segundo Virgílio, a capital amazonense já exauriu seu sistema de saúde, o que fez a prefeitura fechar parcerias com a iniciativa privada para a construção de um hospital de campanha. 

    A situação de calamidade fez com que o prefeito planejasse uma campanha global para ajudar a cidade. Virgílio disse estar escrevendo uma carta em inglês e espanhol  para ser endereçada aos líderes do G7, grupo que reúne algumas das maiores economias do mundo, para pedir ajuda.

    “O nome da campanha será ‘Amazônia pede socorro’, e tem como objetivo buscar ajuda internacional para a cidade. Nós ajudamos o mundo ao manter nossas florestas intactas, agora é o momento do mundo nos ajudar”, disse o prefeito.

    Críticas

    Virgílio relatou que teve uma conversa com o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) para tratar de ajuda do governo federal, e disse que Brasília não tem enviado ajuda para Manaus.

    “Falei para o Mourão que precisamos de coisas para ontem, uma pressa que contrasta com a burocracia tradicional do Brasil. Estamos precisando de pessoal, há profissionais que tem medo de ir trabalhar. Tudo é muito urgente para Manaus”, afirmou.

    Virgílio também criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da crise, e disse que a curva de contágio não cai por dois fatores: a teimosia de pessoas que não respeitam o isolamento social e os comícios de Bolsonaro. “Se o povo for às ruas em Manaus, irá ocorrer um genocídio”, afirmou o prefeito.

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