Com polêmicas e duas versões: o que se sabe sobre a edição de 2021 do Enem
Exame Nacional do Ensino Médio será aplicado em 21 e 28 de novembro nas versões digital e presencial
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começa em 21 de novembro com as provas de linguagens, ciências humanas e redação. Já no dia 28 de novembro serão aplicados os testes de matemática e ciências da natureza.
Os locais de prova estão disponíveis no cartão de confirmação de inscrição disponível na página oficial do Enem. Diferente de 2020, as versões impressa e digital serão aplicadas na mesma data.
De acordo com o edital, os participantes que não estiverem com máscara de proteção fácil contra a disseminação da Covid-19 não poderão ingressar nos locais para a realização do exame.
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Inep Enem: O aplicativo oficial do Enem traz -- além das informações sobre a prova, como local, horário e dados pessoais do estudante -- conteúdo para estudo com simulados, informações sobre os exames de anos anteriores e a possibilidade de visualizar sua nota e redação de provas anteriores (Android/iOS) • Reprodução
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Questões Enem 2021 e Provas de Vestibulares: O app traz exames de anos anteriores para simulados. Além do Enem, a plataforma aposta no estudo para vestibulares, com gabaritos e explicações (Android) • Reprodução
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Enem Game: O app visa transformar o estudo em um momento descontraído, de forma lúdica. Traz um jogo de perguntas e respostas para estimular o estudo para o Enem. São mais de 7 mil perguntas (Android/iOS) • Reprodução
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Questões Enem - aulas, simulados e provas: o app traz todas as provas de Enem desde 2009. Aposta em simulados como forma de estudo e disponibiliza temas como Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática, Inglês e Espanhol (Android/iOS) • Reprodução
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Prepara Simulado Enem 2021: O app reúne todas as provas do Enem em mais de 3.600 questões. Traz dicas para a redação, os temas abordados em anos anteriores e simulados divididos por áreas (Android) • Reprodução
Redação
O tema da redação será igual para as versões impressa e digital em 2021. Mesmo para quem optou pela prova digital, a redação deverá ser escrita à mão, sendo necessário levar caneta esferográfica preta de tubo transparente.
Para participar de programas para seleção em universidades públicas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ou para bolsas em universidades particulares como o Programa Universidade para Todos (ProUni), é necessário não ter tirado zero na redação.
Polêmicas na edição de 2021
Bolsonaro diz que Enem “começa a ter a cara do governo”
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, em 15 de novembro, durante viagem para a Expo Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que o Enem neste ano “começa agora a ter a cara do governo”, ao responder uma pergunta sobre uma crise institucional no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Órgão responsável pelo Enem, o Inep teve uma baixa de 37 servidores que pediram demissão coletiva de seus cargos em resposta ao que classificaram como “má gestão” do instituto, conforme ofício obtido pela analista de política da CNN Basília Rodrigues.
“O que levou àquelas demissões, não quero entrar em detalhes, mas é um absurdo que se gastava com poucas pessoas lá. Inadmissível”, disse Bolsonaro.
“O que eu considero muito é que começa a ter a cara do governo as questões da prova do Enem. Ninguém precisa estar preocupado com aquelas questões do passado, que caía tema de redação que não tinha nada a ver com nada, realmente é algo voltado para o aprendizado”, completou.
Milton Ribeiro diz à CNN que não houve interferência no Enem
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou em entrevista à CNN, em 16 de novembro, que não houve interferência no exame, e que as polêmicas não passam de “ruídos pré-Enem”.
“O Enem está garantido, as provas já foram impressas e encaminhadas. Não há como interferir. A ideia de que houve interferência é uma narrativa de quem quer politizar a educação. A educação não tem partido”, afirmou Ribeiro.
Sobre as baixas no Inep, Ribeiro afirmou que “nenhum servidor foi demitido”. Segundo o ministro, isso acontece porque eles são servidores concursados que colocaram seus cargos à disposição. “Quem quiser sair, pode sair, porque já recebi contatos de outros do Inep que têm qualificações técnicas para assumir os cargos”.
O chefe da Educação ainda disse que eles só irão sair após a aplicação das provas, pois as demissões só tem validade após publicadas no Diário Oficial, o que ainda não ocorreu.
“Demos-lhes a competência de preparar as provas, então vão estar conosco até o final. Após, se resolverem reafirmar a demissão de cargos comissionados, eles podem fazer. Ninguém foi mandado embora”, completou.
Bolsonaro afirma que Enem tem “ativismo político e comportamental”
O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer críticas ao Enem, em 17 de novembro, dizendo que o exame prega “ativismo político e comportamental”.
Fazendo uma comparação com Catar, ele disse que o país do Oriente Médio investimento e progresso e que, se o Brasil quiser evoluir igualmente, precisa seguir na mesma linha.
“Aqui, há décadas investem em educação. Olha o padrão do Enem do Brasil, pelo amor de Deus. Aquilo mede algum conhecimento? Ou é ativismo político e comportamental?”, questionou Bolsonaro.
À Comissão de Educação da Câmara, Milton Ribeiro diz que “Enem tem, sim, a cara do governo”
Após aparecer de surpresa na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos em 17 de novembro, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, endossou a afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que o Enem teria a cara do governo.
Segundo o ministro, isso significaria que a prova acontece com “competência e honestidade”.
Políticos de oposição pedem investigação do Enem ao TCU
Políticos de oposição enviaram, em 16 de novembro, ao Tribunal de Contas da União (TCU), um pedido de investigação do Enem após se reunirem com a ministra Ana Arraes, presidente da corte.
O grupo afirmou que iria protocolar um documento de auditoria após as denúncias de “má gestão” dos funcionários do Inep que pediram demissão conjunta.
Os parlamentares ainda pediram o afastamento cautelar do presidente do Inep, Danilo Dupas, que já chegou a prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados na última semana.
Congresso monta comissão mista para apurar demissões no Inep
O Congresso Nacional irá montar uma comissão mista de deputados e senadores para apurar a demissão conjunta dos servidores do Inep.
A comissão pretende chamar os servidores exonerados para prestar depoimentos que esclareçam se as alegações de que houve interferência do governo na elaboração das questões realmente ocorreu.
Pelo Senado, a coordenação dos trabalhos será feita senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Na Câmara, ficará com a deputada Rosa Neide (PT-MT).
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, irá comparecer à Câmara em 1º de dezembro para responder sobre o assunto, após a aprovação de um requerimento extrapauta na Comissão Especial de Educação.
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No primeiro ano, em 1998, apenas duas universidades no Brasil utilizavam a nota do Enem como método de classificação para o vestibular • Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O MEC passou a conceder isenção da taxa de inscrição aos estudantes da rede pública em 2001.houve um salto no número de participantes, e no ano seguinte o Enem registrou 1.829.170 inscritos • Fábio Motta/Estadão Conteúdo
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15/01/2009: Foto de interno da Fundação CASA, em Itaquera, que faz faculdade com bolsa de estudo integral através do programa ProUni. Em 2004, o programa começou a usar a nota do Enem para concessão de bolsas de estudos integrais e parciais aos participantes • Sérgio Neves/Estadão Conteúdo
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Em 2011, a participação no Enem seria obrigatória para quem quisesse financiar seus estudos por meio do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) • Foto: Agência Brasil
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Estudantes realizam manifestação contra a fraude no processo do Enem 2009. Os manifestantes seguiram da Câmara Municipal, na Praça da Cinelândia, até o Palácio Gustavo Capanema, sede do Ministério da Educação, no centro do Rio de Janeiro • Fábio Motta/Estadão Conteúdo
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Estudantes protestam contra as falhas no Enem em 2010. Alguns estudantes colocaram fogo em cartões de respostas e foram até o Palácio Capanema, sede do Ministério da Educação (MEC) • Fábio Motta/Estadão Conteúdo
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Estudantes fazem manifestação no vão livre do MASP, em São Paulo devido aos problemas ocorridos no Enem 2010. Vazamento dos dados dos candidatos foi um deles • Jonne Roriz/Estadão Conteúdo
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A correção das redações do Enem passou a ser mais rigorosa em 2013. As providências foram tomadas para que casos como inserção de receita de miojo ou hino do Palmeiras - que receberam nota acima 500 - não sejam tolerados • Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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O segundo dia de aplicação do Enem 2020 teve 55,3% de faltas, abstenção recorde no exame, segundo o Inep. A pandemia adiou a prova de 2020 para janeiro de 2021, mesmo assim, muitos alunos não se sentiram preparados ou seguros para fazer a prova • Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
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Desde 2020, o participante pode escolher entre fazer o exame impresso ou o Enem Digital, com provas aplicadas em computadores, em locais de prova definidos pelo Inep. O MEC anunciou o lançamento da modalidade em 2019 • Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Dezenas de servidores do Inep, órgão responsável pelo Enem, pediram demissão coletiva de seus cargos em resposta ao que classificam de “má gestão” do instituto, órgão ligado ao Ministério da Educação • Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
(*Com informações de Isabella Faria, Basília Rodrigues, Mathias Brotero, Caio Junqueira, Giovanna Galvani e João de Mari, da CNN e da Agência Brasil)