Com contratação emergencial de fogos, custo do Réveillon do Rio supera R$ 15 mi
Metade dos pontos de fogos foi contratada a três dias da festa
A fatura da festa de Réveillon do Rio de Janeiro já está fechada. O custo será de R$ 15,142 milhões, sendo que a prefeitura pagará a maior parte da conta e apenas R$ 3 milhões virão de dois patrocinadores. A conta só foi fechada na noite desta terça-feira (28) com a última contratação que faltava: a de metade dos pontos de fogos de artifício.
O pregão para a empresa que organizaria os fogos de Sepetiba, Piscinão de Ramos, Ilha do Governador, Parque Madureira e Bangu havia sido programado para o dia 23, mas por um problema no sistema foi adiado para dia 24. Só que os valores apresentados foram superiores ao que foi cotado, cancelando a concorrência.
Agora a prefeitura está fazendo uma contratação emergencial para dar conta do serviço no valor de R$ 499 mil. A vencedora foi a empresa Inside FX, que já tinha sido contratada para os fogos do Flamengo e da Igreja Nossa Senhora da Penha. A Riotur informou em nota que “amanhã, dia 29/12/21, será publicada em Diário Oficial a contratação da empresa”.
Em entrevista à CNN, o dono da empresa contratada disse que gostaria de ter mais tempo para preparar o show pirotécnico, mas garantiu que não há riscos técnicos ou de problemas nos fogos.
“Pode ter risco de uma ou outra autoridade não liberar o show por conta do tempo hábil das autorizações. A quantidade de documentos para tirar uma autorização na Polícia Civil é enorme. São pelo menos 15 documentos. Depois da Polícia você vai para o Corpo de Bombeiros, e ainda tem a Capitania dos Portos, que precisa de uma empresa de agenciamento marítimo para os trâmites entre as empresas de balsas e de fogos”, afirmou Flávio Ribeiro Ferreira, da Inside Fx.
“Está tudo muito em cima? Está. Eu não estou feliz como empresário porque está tudo muito corrido e gostaria de ter tido mais tempo pra tudo isso”, acrescentou à CNN enquanto acompanhava a montagem dos equipamentos.
A maior parte do gasto da festa será relativo à contratação da empresa SR-Com por R$ 9,3 milhões. A empresa havia ganhado a licitação para promover a festa de Copacabana no modelo original, com shows em três palcos, mas a contratação foi cancelada — como adiantou a CNN no início de dezembro.
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A Riotur alegou ‘mudança no escopo do edital’ e acabou contratando a empresa direta e emergencialmente alegando ‘capacidade técnica, notório conhecimento e singularidade do evento’.
A conta ainda leva em consideração mais de R$ 4 milhões gastos em balsas, das quais dez ficarão em Copacabana e outras três na praia do Flamengo. O município também separou R$ 350 mil como forma de apoio financeiro para o Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Rio de Janeiro, que promoverá o espetáculo pirotécnico na Barra da Tijuca e no Recreio, ambos na zona Oeste.
A conta não leva em consideração a estrutura das forças públicas empenhada para proteger as pessoas, bloquear o trânsito e fiscalizar os bares, restaurantes e pontos de queima de fogos.
Custos da festa:
- Fogos e torres de som em Copacabana – R$ 9,38 milhões
- Balsas para fogos em Copacabana – R$ 3,94 milhões
- Fogos em outros 5 pontos da cidade – R$ 499 mil
- Balsas para fogos no Aterro do Flamengo – R$ 440 mil]
- Fogos do Aterro do Flamengo – R$ 413 mil
- Apoio à queima de fogos na Barra e Recreio – R$ 350 mil
- Fogos na Igreja da Penha – R$ 120 mil
- Total: R$ 15,142 milhões
Patrocínio:
- Sesc – R$ 1 milhão
- Águas do Rio – R$ 2 milhões