Com 21% de idosos, Santos fecha calçadão da orla com grades
Cidade já tinha decidido impedir o acesso da população às praias
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A maior cidade do litoral paulista, Santos, assistiu neste sábado (4) a mais uma medida de restrição na circulação de pessoas por conta do novo coronavírus. Depois de ter fechado as praias para o público, o prefeito Paulo Barbosa (PSDB) determinou a instalação de grades de proteção impedindo o acesso ao calçadão.
“Fiz porque a gente tomou medidas restritivas na faixa de areia que foram compreendidas pela maioria absoluta da população, mas uma minoria continuou usando calçadão pra caminhadas e práticas esportivas. Por isso, ampliamos as restrições. Temos mais responsabilidade porque temos muita gente na faixa de risco”, disse Barbosa à CNN.
Com 21% da população com mais de 60 anos, uma das principais preocupações dele é a chegada do feriado da Páscoa e a possibilidade de os idosos da cidade serem visitados por filhos e netos que vivem distantes. “O momento não é para fazer turismo”, acescentou.
Cidades endurecem medidas
A leitura do alto escalão no governo do estado de São Paulo é que, muito embora o governador João Doria (PSDB) tenha adotado uma postura drástica ao decretar a quarentena em todo o estado, alguns prefeitos foram mais radicais ainda, com medidas mais duras, que até chegaram a desagradar o governo.
Na cidade de São Roque, a prefeitura usou um decreto de calamidade pública para tomar respiradores usados na UTI de um hospital particular para levar à Santa Casa local. Em Itápolis, tradicional produtora de laranja do noroeste do estado, a prefeitura decretou toque de recolher das 20h30 às 6h. A medida foi seguida pela cidade de Ibitinga, que fica próxima dali.
Em Espírito Santo do Pinhal, guardas municipais foram chamados para compor a chamada “barreira sanitária” para quem entra no município. A mesma decisão já tinha sido tomada por Caraguatatuba, no litoral, e foi derrubada na Justiça. As barreiras são bloqueios que têm desde a medição da temperatura de quem vai entrar e a checagem dos sintomas do coronavírus, até o uso de termos de responsabilidade.