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    Colapso em mina de Maceió: estudo amplia número de vítimas e fala em indenização de R$ 35 bi

    Valor seria dividido entre Estado e afetados pelos problemas causados pela mina; Braskem diz que não tem conhecimento sobre o estudo

    Imagem aérea da região da mina 18 da Braskem, em Maceió, que apresenta risco iminente de colapso
    Imagem aérea da região da mina 18 da Braskem, em Maceió, que apresenta risco iminente de colapso Reprodução/CNN

    Caio Junqueira

    O Governo do Estado de Alagoas estuda pedir indenização de R$ 35 bilhões à Braskem, sendo R$ 18 bilhões para o estado e R$ 17 bilhões para os afetados. “O levantamento se destina a dar suporte às negociações do governo de Alagoas com a Braskem. O estado instituiu grupo para as tratativas com a Braskem composto do secretário de governo, da Fazenda e da procuradoria geral”, disse à CNN Elias Fragoso, presidente do Instituto Alagoas, que liderou a equipe responsável pelo estudo. Elias é economista e ex-secretário de Planejamento Urbano e de Finanças de Maceió.

    Para chegar a essa cifra, o levantamento considerou três grandes grupos de pessoas e entidades que sofreram prejuízos com o episódio:

    1) as 148.400 pessoas afetadas pelo evento. O dado é utilizado exclusivamente no governo, uma vez que até o momento o número oficial é de 40 mil afetados;

    2) os municípios da região metropolitana de Maceió, que segundo o Instituto foram surpreendidos por uma migração maciça de pessoas oriundas da área do desastre. O estudo aponta que um dos municípios, Satuba, por exemplo, quase dobrou o tamanho da população em razão do deslocamento de pessoas.

    3) o próprio Governo do estado.

    Segundo Elias, “do ponto de vista do estado e prefeituras, o montante levantado alcançou R$ 18 bilhões, já o passivo com os 148.400 afetados alcançou o valor de R$ 17 bilhões”.

    O valor inclui, também, investimentos em Maceió. “Consideramos também investimentos não incluídos na negociação da Prefeitura com a Braskem, os quais são considerados vitais para a mobilidade na cidade”, disse Fragoso à CNN.

    “As indenizações do estado compreendem: mobilidade, patrimônio (próprio e artístico, cultural), fiscal e ambiental. O que não foi incluído pela prefeitura foi a urgente necessidade de se resolver e minimizar o problema da mobilidade urbana e interurbana. Maceió piorou de vez o seu trânsito após várias vias importantes e uma linha ferroviária terem sido interditadas por conta do desastre. A solução para esse problema é a implantação de linha de VLT, conforme traçado proposto em estudo pela CBTU. O número de 60 mil pessoas engloba tão somente os moradores expulsos de suas casas”, diz Elias.

    “Incluímos toda a área do entorno do desastre (até 1 km a partir da borda da área diretamente afetada), moradores de uma comunidade denominada Flexais, e os moradores de áreas, naquele momento, fora da área de inclusão do desastre dos Bairros do Bom Parto, da Vila Saem e da Rua Marques de Abrantes, que foram altamente prejudicados pelo mapa de inclusão construído pela Defesa Civil Municipal com forte influência da Braskem”, explica Fragoso.

    Procurada, a Braskem disse não ter conhecimento do estudo. O Governo do Estado de Alagoas não se posicionou oficialmente sobre estudo.