CNJ investigará desembargadora suspeita de espalhar fake news contra Marielle
Órgão, no entanto, rejeitou pedidos para afastar Marília de Castro Neves Vieira do cargo
O Conselho Nacional de Justiça abriu processo disciplinar nesta terça-feira (24) contra a desembargadora Marília de Castro Neves Vieira, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro por ofensas contra vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em março de 2018. O CNJ, no entanto, rejeitou pedidos para afastar Marília do cargo.
A corregedora conselheira Maria Tereza Uille, relatora, citou as postagens preconceituosas e ofensivas feitas. Ela defendeu que “estão presentes indícios de que a magistrada reclamada deixou de manter conduta irrepreensível em conduta pública e particular”. “Deixou de comportar-se na vida privada de modo a dignificar a profissão” e “exerceu atividade político partidária”.
Maria Tereza comentou que as postagens eram discriminatórias de raça, gênero e orientação sexual.
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“São todos eles ofensas à lei orgânica da magistratura ou ao código de ética da magistratura nacional”. Por isso, “o arquivamento das representações disciplinares merece ser revistas”. Ela defendeu, então, abertura do processo para o aprofundamento das apurações, porém acredita que ela não precisa ficar afastada do trabalho enquanto o processo corre.
Nas redes, a magistrada disse que Marielle Franco “estava engajada com bandidos”, que foi eleita pelo Comando Vermelho e que seu engajamento político foi “determinante” para sua morte. Os conselheiros Mário Guerreiro e Luiz Fernando Keppen pediram suspensão por motivo de foro íntimo. Não participou também Luiz Fux por conta de impedimento.
Tramitam no Conselho Nacional de Justiça três reclamações disciplinares e um pedido de providências contra a desembargadora por suas atitudes nas redes sociais. No último procedimento, aberto em janeiro de 2019, é relativo a possíveis ameaças a Guilherme Boulos (Psol), um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e críticas ao CNJ.