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    Cidades mineiras com temperaturas mínimas diárias mais altas tiveram mais casos de dengue, aponta estudo

    Estudo busca auxiliar na construção de modelos de previsão de casos a partir do ambientes mais favoráveis para a proliferação do mosquito vetor da doença

    Guilherme Gamada CNN , São Paulo

    Entre 2010 e 2019, cidades de Minas Gerais com a média de temperaturas mínimas diárias de 21,2º C tiveram mais casos de dengue, em comparação com as cidades com mínimas entre 11,6 a 13,7ºC.

    Os dados são resultados de uma pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) publicada nesta segunda-feira (25). O levantamento de variação de temperatura considerou 38 microrregiões de Minas Gerais, com uso de dados do European Centre for Medium-Range Weather Forecasts, cruzados aos casos de dengue, o DataSUS.

    A pesquisa busca relacionar a temperatura aos casos de dengue, para entender ambientes mais favoráveis para a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito vetor da doença. “Essa informação é muito útil para construção de modelos de previsão robustos, já que uma das etapas para sua construção seria justamente entender que variáveis devem ser inseridas e como elas devem ser programadas”, afirma João Pedro Medeiros Gomes, coautor do estudo, à CNN.

    Neste ano, Minas Gerais é o estado com maior notificações da dengue, de acordo com o Ministério da Saúde. O Brasil já ultrapassa 2 milhões de casos.

    A incidência de dengue, entre os 10 anos, foi menor em regiões mineiras com média de temperaturas mínimas diárias classificadas pelos pesquisadores como temperaturas de frio extremo e moderado (11,6 a 13,7ºC).

    A variação da temperatura mínima do ar foi ampla, de 2,5ºC em Pouso Alegre a 26,5ºC em Frutal e Ituiutaba. Estudos estimam que a faixa de temperatura ideal para os mosquitos seja de 16ºC e 34ºC – e que suas larvas morrem em poucos dias em lugares com menos de 8ºC.

    Mudanças Climáticas e dengue

    O aumento das temperaturas pode levar à expansão da fronteira do Aedes aegypti — o mosquito passa a alcançar e se reproduzir em regiões que, antes, o clima mais frio não permitia.

    “Temos que ficar atento ao sul de minas. Em nossa análise, essas cidades, coincidente mais frias, possuíam uma incidência muito menor”, alerta o pesquisador . De acordo com ele, a emergência climática aumenta a frequência de eventos extremos e as ondas de calor podem ser “ momento perfeito” para proliferação do mosquito e consequentemente da dengue.

    “Com as mudanças climáticas, elas vão aumentar e sem medidas efetivas para frear a dengue, como a vacinação, podemos pensar que o mesmo pode acontecer com a doença”, afirma.

    O estudo foi antecipado pela Agência Bori

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