Ciclone extratropical causa alagamentos no RS e SC; cidades têm mais de 200 milímetros de chuva
Defesa Civil alertou sobre chuvas intensas e volumosas, com risco de enxurrada nesta sexta-feira (16)
A chegada de um ciclone extratropical próximo do litoral de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul provocou chuva muito volumosa na quinta-feira (15). Algumas cidades tiveram mais de 200 milímetros de chuva — veja lista abaixo.
Até o momento, uma pessoa morreu e duas estão desaparecidos no Rio Grande do Sul. A morte foi causada por choque elétrico.
O fenômeno persiste nesta sexta-feira (16) e a defesa civil soltou uma alerta para chuvas intensas e volumosas com risco de enxurrada nesta manhã.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o acumulado de chuva pode superar os 100 milímetros (mm) em 24h em muitos pontos, com ventos superiores a 100 km/h.
A previsão é de que a chuva comece a diminuir à tarde.
Na quinta, a chuva ficou concentrada na Grande Porto Alegre, litoral norte e serra gaúcha, na serra de Santa Catarina e no litoral sul catarinense.
Os acumulados de chuva superaram os 100 mm em muitas áreas, se aproximando e até superando a média histórica para junho que varia de 140 mm a 180 mm, segundo cálculos do Inmet para o período de 1991 a 2022.
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Veja abaixo os volumes de chuva acumulados entre quinta e a madrugada desta sexta, conforme medição do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.:
- Maquiné (RS): 254,6 mm
- Bom Princípio (RS): 208,6 mm
- São Leopoldo (RS): 195,4 mm
- Gravataí (RS): 189,6 mm
- Alto Feliz (RS): 183,8 mm
- Sapucaia do Sul (RS): 173,6 mm
- São Sebastião do Caí (RS): 172 mm
- Três Forquilhas (RS): 160,6 mm
- Sapucaia do Sul (RS): 159,5 mm
- Teutônia (RS): 153,6 mm
- Nova Santa Rita (RS): 150,8 mm
- Porto Alegre/Cristal (RS): 115,4 mm
- Porto Alegre/São João (RS): 110,1 mm
- Campo Bom (RS): 168,2 mm
- Torres (RS): 102,6 mm
Maiores rajadas de vento entre 3h do dia 15 e 3h de 16 de junho de 2023, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia:
- Tramandaí (RS): 102 km/h
- Bom Jardim da Serra/Morro da Igreja (SC): 83 km/h
- Laguna/Farol de Santa Marta (SC): 83 km/h
- São José dos Ausentes (RS): 76 km/h
- Porto Alegre/Jardim Botânico (RS): 71 km/h
O que dizem as autoridades
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, informou que equipes da Defesa Civil, dos Bombeiros e da Brigada Militar estão mobilizadas para dar apoios às comunidades mais afetadas pelas fortes chuvas que atingem o estado. Ele declarou que está acompanhando a situação junto às forças de segurança estaduais.
A defesa civil do Rio Grande do Sul emitiu um alerta para mais chuvas volumosas com risco de enxurrada na região nordeste do estado. Há possibilidade de enchente nos rios Caí e Sino.
Entre as diversas ocorrências atendidas pelos Bombeiros, destaca-se um chamado por volta das 5h30 da manhã desta sexta (16) para salvamento de uma vítima à deriva em um Rio na cidade de Santo Antonio da Patrulha.
“Saiam de suas casas”
O prefeito de Maquiné, no litoral norte do Rio Grande do Sul, João Marcos Bassani, usou as redes sociais na quinta-feira (15) para fazer um apelo aos cidadãos após a cidade ser atingida pelas fortes chuvas e registrar diversos pontos de alagamentos.
“Eu vou pedir a todos assim, ó, saiam das suas casas! Está enchendo! Não passa mais. No centro de Maquiné, a gente não está conseguindo sair de caminhão, não conseguimos chegar. O centro da cidade está tomado de água. O centro da cidade nunca esteve assim, pelo menos na história recente. A previsão se confirmou”, disse.
“Eu falei às 18h: ‘Saiam, vamos sair vamos sair não tem o que fazer’. Tem que sair! Saiam das suas casas! Bem materiais, a gente recupera. Saiam! Vamos agora pensar nas vidas”, acrescentou.
Bloqueios em rodovias
Até as 9h desta sexta, a Polícia Rodoviária Federal do RS registrava nove pontos de interdição em rodovias federais nas cidades de Sapucaia, Dois Irmãos (dois pontos), Torres, Salvador do Sul, Caxias do Sul (dois pontos) e Morre Reuter (dois pontos).
Aulas suspensas
Algumas cidades precisaram suspender as aulas em instituições municipais de ensino. É o caso de Capão da Canoa e Três Coroas, no RS.
(Publicado Marina Toledo)