‘Ciclone bomba’: morador relata ‘cenário apocalíptico’ em praia de SC
O empresário Otávio Bittencourt praticava kitesurf na praia de Jurerê, em Florianópolis, e quase foi arrastado de volta para o mar ao tentar se proteger
Morador de Santa Catarina, o empresário Otávio Bittencourt relatou à CNN, nesta quarta-feira (1°), como quase foi arrastado para o mar durante o ‘ciclone bomba’ – que deixou pelo menos dez mortos no sul do país – e descreveu o fenômeno como “cenário de filme e apocalíptico”.
Praticante de kitesurf, Bittencourt relatou que estava no mar na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, e já afastado da praia quando viu a tempestade começando a se formar.
“Estavámos já bastante afastados da areia e começamos a ver a tempestade se formando. Quando estávamos chegando mais próximo da praia, começaram as rajadas de vento muito fortes que começaram a nos levar para dentro do mar, então foi tudo uma questão de minutos para tomar essa decisão e ejetar o equipamento”, contou ele.
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Por conta intensidade súbita do fenômeno, Otávio afirmou que não teve tempo de se abrigar com segurança. “Não deu tempo de correr. Ficamos na praia durante a tempestade toda e em cima do nosso equipamento para não voar”, acrescentou.
O empresário estimou que foram cerca de 15 minutos dos primeiros sinais da tempestade até ela se tornar violenta ao ponto de começar a puxar ele e o amigo de volta para a água enquanto tentavam voltar à margem.
“Foi coisa de um minuto para o outro que a tempestade começou a nos arrastar. Já pratico o esporte tem mais de cinco anos e nunca tinha passado por nada similar. Foi realmente um vento muito forte e uma situação assustadora e muito perto de ter acontecido algo pior”, refletiu.
Mortes no sul
Pelo menos dez pessoas morreram por conta da passagem do “ciclone bomba” com ventos de até 120 km/h na terça-feira (30). A defesa civil emitiu um alerta de que o fenômeno avança sobre o Sudeste nesta quarta (1º).
As chuvas e ventos fortes, causados pela formação do ciclone extratropical (ciclone bomba) derrubaram árvores e fizeram estragos em diversas cidades da região. O fenômeno atingiu mais fortemente o estado de Santa Catarina. Foram atingidos também municípios do Rio Grande do Sul e Paraná.
As vítimas identificadas, até o momento, são uma idosa de 78 anos na cidade de Chapecó, que foi atingida por uma árvore, um homem em Santo Amaro da Imperatriz, atingido por fios de alta tensão, e outro homem de 59 anos em Ilhota.
A cidade de Tijucas registrou três mortes, ainda não especificadas. Governador Celso Ramos, Itaiópolis e Rio dos Cedros também tiveram uma morte cada. E, em Brusque, há uma pessoa desaparecida.
No Rio Grande do Sul, um homem de 53 anos morreu soterrado em Nova Prata, na região serrana, durante temporal. Vanderlei Oliveira trabalhava em uma construção perto de um barranco quando houve um deslizamento.