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    Chuvas no RS: “Ainda não temos como saber o tamanho da tragédia”, diz Marina Silva à CNN

    Segundo a ministra, há mais de 30 cidades isoladas e incomunicáveis no estado

    Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, em entrevista à CNN em 28/11/2023
    Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, em entrevista à CNN em 28/11/2023 Reprodução CNN

    Victor Aguiarda CNN*Basília Rodriguesda CNN

    São Paulo e Brasília

    A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), afirmou em entrevista ao CNN Novo Dia desta sexta-feira (3) que ainda não é possível saber o “tamanho da tragédia” causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Segundo a ministra, há mais de 30 cidades completamente isoladas.

    “Dessa vez a tragédia só não foi maior porque muitas pessoas, apesar de algumas não terem saído, [muitas] saíram das áreas de risco”, afirmou Marina. “Nós ainda não temos como dizer o tamanho dessa tragédia, porque nós temos mais de 30 cidades completamente isoladas, sem comunicação, sem energia, uma situação terrível.”

    Durante a entrevista, a ministra também afirmou que outras situações climáticas extremas devem se seguir, tanto no Rio Grande do Sul quanto em outras regiões do Brasil.

    “Uma situação dramática o que está acontecendo no Rio Grande do Sul”, lamentou. “E o que vai acontecer em relação às secas futuramente, no Rio Grande do Sul, em função da La Niña. Vai acontecer um problema de estiagem em seguida, como foi no ano passado. E na Amazônia vamos ter problema grave de estiagem”, acrescentou Marina.

    A chefe do Ministério do Meio Ambiente (MMA) também criticou a falta de ação de governos anteriores, e lembrou que alertas já eram dados há mais de trinta anos.

    “A questão é muito complexa, porque o alerta foi dado há três décadas, há quatro décadas. Nós tínhamos que ter começado, governos, empresas, todos, trabalhando a partir da ECO-92, quando se fez o grande acordo internacional de que era preciso fazer o enfrentamento da mudança climática, usando o princípio da precaução”, disse Marina. “Muitos diziam que aquilo era ecoterrorismo, que aquilo não ia acontecer, e infelizmente está acontecendo.”

    A ministra destacou, ainda, os trabalhos realizados pelo MMA nas frentes de enfrentamento da emergência e de prevenção. Segundo ela, um “plano inédito” de gestão de riscos está sendo elaborado, em parceria com os ministérios da Ciência e Tecnologia, das Cidades, da Integração e do Transporte. Além disso, também defendeu o decreto de estado de emergência climática em 1.942 municípios do país.

    Situação de emergência

    Na noite desta quinta-feira (2), a perfeitura de Porto Alegre decretou estado de calamidade pública. As chuvas no Rio Grande do Sul já deixaram 31 mortos e 74 desaparecidos, segundo a última atualização da Defesa Civil do estado. Pelo menos 56 pessoas também estão feridas, e mais de 350 mil foram afetadas.

    De acordo com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o acumulado de chuva pode passar de 800 milímetros em algumas regiões do estado. Somente nos últimos cinco dias, o volume já ultrapassou os 600 milímetros. Leite caracterizou o evento como “o maior desastre já enfrentado” pelos gaúchos.