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    Chuvas acima da média reduzem demanda por energia em 2,4% no Sudeste e Centro-Oeste

    Temperaturas amenas e temor pela Ômicron são responsáveis por queda na carga elétrica

    Lucas Janoneda CNN , Rio de Janeiro

    A demanda por energia no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil deve registrar uma queda aproximada de 2,4% em janeiro de 2022, quando comparado com o mesmo mês do ano passado. A informação consta no boletim mais recente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

    Em valores absolutos, a demanda energética em janeiro deste ano será de 41,076 Megawatts (MW), frente aos 42.107 MW no mesmo período em 2021.

    A menor demanda por carga elétrica está diretamente relacionada ao volume recorde de chuvas nas regiões em janeiro, o que deve reduzir o consumo de aparelhos eletrônicos, como o ar-condicionado. Segundo o ONS, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste vai registrar precipitações acima da média histórica para o período.

    O especialista em energia elétrica e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Diogo Lisbona, explicou à CNN que a demanda por eletricidade é drasticamente afetada nos primeiros anos do ano com o forte calor e as altas temperaturas. No entanto, segundo ele, o cenário está sendo um pouco diferente em 2022.

    “O principal fator de variação nesse momento é a temperatura. Com o verão e o tempo muito quente, acontece o pico de uso de ar-condicionado, a demanda é intensa. E com chuvas e as temperaturas mais amenas, a demanda cai”, destacou Diogo Lisbona.

    Além das altas temperaturas, as incertezas trazidas pela variante Ômicron da Covid-19 também reduzem a demanda por energia no subsistema Sudeste/Centro-Oeste. Com o temor da nova mutação e a tendência à queda no consumo entre as famílias brasileiras, as indústrias tendem a reduzir a produção e, consequentemente, o uso de eletricidade.

    “A pressão nos custos, escassez de insumos e elevada incerteza têm contribuído para a dinâmica de alguns setores da economia. Nos últimos meses de 2021 a indústria brasileira registrou volumes menores de vendas e produção. Esse fator tem se refletido no desempenho da carga ao longo do mês de janeiro de 2022”, ressalta um trecho do boletim do ONS.

    Reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste mantêm tendência de alta

    O boletim mais recente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) manteve positiva a projeção, em janeiro, para o volume hídrico dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que é responsável por cerca de 70% da geração de energia do Brasil.

    A expectativa é de que os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste cheguem a 40,6% da capacidade total até o fim de janeiro. No pior momento hídrico do país, em setembro de 2021, as usinas deste subsistema chegaram a registrar um volume de apenas 16%, o que representou a pior crise hídrica dos últimos 91 anos.

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