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    Casos de agressão à mulher no Rio de Janeiro sobem durante quarentena

    Episódios reportados dobraram em comparação aos registros do ano anterior

    Jairo Nascimento, , Da CNN, no Rio

    Em março deste ano, foram realizados 223 atendimentos no Centro Especializado de Atendimento à Mulher na cidade do Rio de Janeiro —mais que o dobro dos 109 registrados no mesmo mês em 2019.

    Para a secretária municipal da Assistência Social e Direitos Humanos, Jucelia Oliveira, conhecida como tia Ju, o isolamento social contribuiu para o aumento.

    “O mês de março sempre tem um aumento de registros”, diz tia Ju. “Mas neste ano, o confinamento pode estar colaborando com esse aumento de atendimentos.”

    Os dados acompanham a tendência registrada pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. De acordo com a pasta, o disque-denúncia teve aumento em procura na primeira quinzena de março, com média diária de 3.045 ligações e 829 denúncias. Na segunda quinzena, os números subiram para 3.303 ligações e 978 denúncias.

    Para Damares Alves, ministra do órgão, o estado do Rio de Janeiro apresentou, em números preliminares, um aumento de 50% de boletins de ocorrência digitais durante a quarentena em comparação com dado de 2019.

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    Tia Ju ressalta a importância do registro da ocorrência. “A denúncia é sempre importante, uma medida para prevenir vidas e feminicídios”, disse. O registro eletrônico de boletins de ocorrência, no entanto, não é feito em todos os estados. A falta desta forma de reclamação foi apontada pela ministra Damares como indicativo de que há casos que não são notificados.

    A Defensoria Pública do Rio de Janeiro também informou que entre os dias 23 de março e 2 de abril, foram atendidos 255 casos relativos à violência doméstica.

    A Secretaria de Polícia Militar do Rio de Janeiro declarou que a patrulha Maria da Penha, especializada em atendimentos de violência doméstica, continua atendendo normalmente, mas não apresentou número sobre os boletins de ocorrência registrados neste período.  Segundo a Polícia Civil, as delegacias especializadas continuam abertas, mesmo com o decreto restritivo de circulação.

    O Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais e a Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica, do Ministério Público do Rio de Janeiro também estão funcionando, embora de forma remota.

    Segundo a Organização Mundial da Saúde, a OMS, mostram que uma em cada três mulheres sofre violência física ou sexual no mundo. A organização ONU Mulheres alertou que tensões geradas em casa durante o confinamento aumento o risco de agressões contra mulheres e crianças.

    No Brasil, o telefone para denúncias de casos de agressão contra as mulheres é o 180. O serviço é nacional, gratuito e funciona 24 horas por dia.

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