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    Caso Victor Meyniel: saiba como estão as investigações sobre as agressões ao ator

    Agressor, identificado como Yuri de Moura Alexandre, foi autuado por lesão corporal, injúria por homofobia e falsidade ideológica, por ter mentido que era médico da Aeronáutica

    Catarina NestlehnerDayres VitoriaVictor Aguiarda CNN*

    O ator Victor Meyniel, de 26 anos, foi espancado no último sábado (2) na portaria de um prédio em Copacabana, área nobre do Rio de Janeiro. A agressão foi registrada pelas câmeras de segurança do edifício.

    O agressor é o estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre, que foi preso em flagrante momentos depois da ação. Uma audiência de custódia foi realizada na segunda-feira (4), e a prisão foi convertida em preventiva.

    Yuri, foi autuado por lesão corporal, injúria por homofobia e falsidade ideológica, por ter mentido que era médico da Aeronáutica.

    Veja o que se sabe sobre o caso:

    Encontro entre o ator e o agressor

    De acordo com o depoimento dado por Victor à Polícia Civil, ao qual a CNN teve acesso, o ator e o estudante de medicina se conheceram em uma boate. Saindo de lá, os dois seguiram para o apartamento onde Yuri mora.

    Ainda segundo o depoimento de Meyniel, inicialmente os dois estavam bem e teriam bebido vinho e assistido a clipes de música. Com a chegada de uma amiga de Yuri ao apartamento, no entanto, o comportamento do rapaz mudou. Ele ficou alterado, expulsou Victor do local e atirou o par de tênis do rapaz contra ele.

    “A mulher chega em casa e Yuri começa a ficar agressivo. Eles descem em dois elevadores distintos e se encontram na portaria. É aí que Victor pergunta o que aconteceu, se ninguém sabia que ele era gay. Foi isso que desencadeou a explosão de agressão”, disse Maíra Fernandes, advogada de Meyniel, em coletiva concedida à imprensa.

    Em seguida, Yuri começa a agredir Victor com socos no rosto, com o ator caído no chão. Na gravação das câmeras de segurança é possível ver toda a ação.

    Porteiro testemunhou as agressões

    O homem que aparece assistindo à ação é Gilmar José Agostini, porteiro do prédio. Nas imagens é possível ver que Agostini observa a agressão, mas em nenhum momento tenta interferir ou pedir socorro.

    Em depoimento à polícia, o funcionário afirma que Meyniel chegou a desmaiar durante as agressões. Conta ainda que após alguns minutos resolveu prestar socorro ao ator, e interfonou ao síndico do prédio, que teria ligado para a Polícia Militar.

    No vídeo registrado pela câmera de segurança é possível ver o porteiro erguer Meyniel e retirar o ator ferido da passagem. Em seguida, Agostini volta a se sentar. O porteiro foi autuado por omissão de socorro.

    Agressor está preso

    De acordo com a investigação, após a agressão Yuri saiu para ir à academia. Ao retornar, foi preso em flagrante depois de admitir a agressão a Victor, sob justificativa de que ele teria desrespeitado sua esposa.

    Em audiência de custódia realizada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na segunda-feira (4), a prisão de Yuri foi convertida em preventiva. O estudante de medicina foi encaminhado para a cadeira de Benfica, na Zona Norte do Rio.

    Defesa de agressor refuta tese de homofobia

    Em nota divulgada pelos advogados de Yuri, a defesa contesta as acusações de homofobia e afirma que o estudante de medicina teve sua identidade e sexualidade “totalmente apagadas para ser acusado”.

    Durante a audiência na qual foi decretada a prisão preventiva de Yuri, foi apresentada pela defesa uma certidão de casamento que atesta que o estudante de medicina teria oficializado união com outro homem em março de 2020.

    Em relação às agressões a nota divulgada pelo advogado Lucas Oliveira diz que Yuri responderá pelos seus atos, mas que “as lesões não geraram incapacidade, perigo de vida ou debilidade permanente”.

    Ator acredita na Justiça

    Em comunicado publicado em suas redes sociais, o ator afirmou que “está tudo bem na medida do possível”, e que está se recuperando física e emocionalmente. “A justiça está sendo feita, nada sairá impune”, disse.

    * Sob supervisão de Vital Neto

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