Caso Moïse: parlamentares querem encontrar Paes, Castro, MP e família do congolês
Visita ao Rio de Janeiro está marcada para dias 14 e 15 de fevereiro e terá sequência de reuniões
Deputados e Senadores das Comissões de Direitos Humanos do Congresso Nacional vão tirar do papel a ideia de fazer uma diligência ao Rio de Janeiro na semana que vem.
A visita marcada para os dias 14 e 15 de fevereiro tem na agenda encontros com responsáveis pela investigação, pessoas ligadas ao congolês negro morto, Moïse Mugenyi Kabagambe, e autoridades públicas do estado.
A intenção dos políticos é cobrar respostas e agilidade na investigação do caso.
Interlocutores do governo do Rio, que comanda a Polícia Civil, e do Ministério Público do estado, avaliam, no entanto, que a resposta ao crime foi rápida, já que três agressores que aparecem nas imagens foram identificados e presos.
À CNN, o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse que recebeu em uma reunião aberta uma série de denúncias e que a visita ao Rio vai servir para os congressistas acompanharem o ritmo dos trabalhos das autoridades fluminenses.
“Isso tem que ser feito, é o nosso papel, é a nossa função. Aquilo que estiver já sendo feito corretamente tem o nosso apoio, e vamos também cobrar. Geralmente as coisas acontecem assim: num primeiro momento há um esforço e uma movimentação e depois às vezes as coisas não acontecem”, disse.
Fábio Pirineus da Silva, o ‘Belo’, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o ‘Dezenove’, e Brendon Alexander Luz da Silva, o ‘Totta’, foram detidos no dia 1º de fevereiro e tiveram a prisão temporária decretada na madrugada seguinte.
Imagens de câmera de segurança de um dos quiosques na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio, mostraram os três dando socos, chutes e golpes com pedaços de pau em Moïse na noite de 24 de janeiro.
A CNN teve acesso a todas as imagens do circuito interno do quiosque e decidiu exibir os trechos que mostram a emboscada a Moïse. As agressões não serão exibidas.
Nos depoimentos, eles admitiram a autoria do crime, mas se mostraram arrependidos e disseram que tentaram prestar socorro a Moïse ou pedir – um para o outro – para que as agressões fossem interrompidas porque ofereciam risco a ele. Eles também negaram ligação com a milícia e que a motivação tenha sido racista ou xenofóbica.
A visita começará na segunda-feira (14), com visita à sede da OAB-RJ e reunião com familiares de Moise e membros da comunidade congolesa. Depois, eles irão até a prefeitura com a intenção de encontrar Eduardo Paes (PSD) e ao palácio Guanabara para se reunir com o governador Cláudio Castro (PL). Por último, ainda na segunda, querem uma reunião com Ministério Público Estadual.
Na terça-feira (15), os parlamentares de Brasília pretendem se encontrar com membros da da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que acompanha de perto casos como o de Moïse.