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    Caso Marielle: sem delação, Lessa poderia pegar até 100 anos de prisão

    Júri é esperado para março e deve abranger tanto Lessa quanto Queiroz

    O ex-policial Ronnie Lessa é um dos presos pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes
    O ex-policial Ronnie Lessa é um dos presos pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes Reprodução

    Pedro Duranda CNN

    Os advogados do ex-policial Ronnie Lessa esperam para a semana de 11 a 15 de março deste ano o júri popular para decretar a sentença sobre os supostos atos dele e de Élcio Queiroz no caso Marielle Franco. A informação foi confirmada pelo advogado de Lessa, Bruno Castro, à CNN.

    O último contato entre cliente e advogado foi por volta de seis meses atrás. Até ali, não havia nenhuma negociação sobre delação premiada. Castro afirma que, ao ser procurado pela família de Lessa, cinco anos atrás, já havia avisado que não defende delatores, mas respeitaria caso essa fosse a escolha de Lessa.

    Com dois homicídios qualificados, contra Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, a tentativa de homicídio da assessora da vereadora, Fernanda Chaves, além da acusação de receptação do carro usado no dia do assassinato, fontes que acompanham a investigação apostam que a pena ao ex-policial militar, caso condenado, pudesse chegar a 100 anos.

    Entre os agravantes ou circunstâncias qualificadoras de um homicídio estão, por exemplo, o pagamento de recompensa, a morte para ocultar outro crime e emboscadas que impeçam a defesa da vítima.

    O júri deve abranger tanto Lessa quanto Queiroz. Uma delação premiada não eximiria o ex-PM de participar do julgamento, ao contrário, o forçaria a confessar o crime em juízo, cumprindo o acordo da colaboração – que necessariamente parte de uma confissão.

    Marielle Franco foi assassinada em 14 de março de 2018. O crime completará seis anos em março deste ano.

    Em depoimentos de negociação de delação premiada, o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, entregou à Polícia Federal o nome de duas pessoas supostamente envolvidas no crime.

    Uma delas é Domingos Brazão, ex-deputado estadual e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Segundo pessoas a par das investigações, Lessa apontou Brazão como mandante.

    À CNN, Brazão negou qualquer participação no caso. Ele disse ainda não temer ser delatado no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e que isso seria uma “palhaçada” e uma “fanfarronice”.

    “Não tenho medo de delação contra mim. Isso seria um troço descabido. Não tenho medo nenhum caso haja. Zero. Se eu tivesse algum envolvimento, por acaso eu conseguiria esconder?”, disse ele à CNN.

    “Eu não conhecia a vereadora Marielle, muito menos o Anderson, tampouco o Elcio e até mesmo o Ronnie Lessa. Não tenho nenhuma relação com essas pessoas”, completou Brazão.