“Cada avanço que damos dá uma esperança”, diz Anielle Franco à CNN
Para a ministra da Igualdade Racial, a operação ocorrida nesta segunda (24) foi um passo importante para determinar o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes
Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (24), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, comentou sobre a operação ocorrida hoje que prendeu um terceiro suspeito de participar dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Para a ministra, os acontecimentos desta segunda foram importantes para determinar o mandante do crime, e dão “esperança” para a família.
“[A gente] entende que foram feitos passo importantes para que a gente consiga chegar a esse mandante. Meus pais estão bastante tocados e abalados com tudo, mas a gente entende a importância e o grau desse caso. Cada avanço que a gente tem dá uma esperança. Tomara que a gente não tenha que esperar mais cinco anos pra saber quem mandou matar a Mari”, disse Anielle.
Anielle afirmou ainda que Marielle representava “muitas lutas políticas”, e alertou que o Brasil é um país “onde pensar diferente é perigoso”.
“A gente ainda vive em um país muito cruel, e o corpo da Mari representava muitas lutas políticas. Em um único corpo ela era muito plural, e quando a gente fala de uma mulher que vira vereadora com mais de 40 mil votos, e que tinha força, que lutava pelas minorias, incomoda”, ressaltou Anielle.
“Eu sei que infelizmente a gente ainda tem um país onde pensar diferente é perigoso. Onde as pessoas não respeitam mais o que você defende, a sua opinião”, completou.
Em 14 de março de 2018, o carro de Marielle e Anderson foi alvejado com 13 tiros de uma submetralhadora HK MP5. A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça e o motorista, por três. Os dois morreram no local.
Nesta segunda, o ex-policial militar Élcio Queiroz afirmou, em delação premiada, que o policial reformado Ronnie Lessa foi o autor dos disparos que assassinaram a Marielle e o motorista Anderson Gomes.
Queiroz também acusou o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, como o responsável por fazer “campana” e seguir os passos de Marielle, além de levar o carro usado no crime para um desmanche.
“O senhor Élcio fez uma delação premiada, essa delação foi homologada e resultou na operação de hoje. Ele revelou a participação de um terceiro individuo [o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa] e confirmou a participação dele próprio, do Ronnie Lessa e outras pessoas como copartícipes”, disse o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), em coletiva de imprensa.
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Socióloga e mestre em Administração Pública, Marielle Franco era vereadora do Rio de Janeiro. Ela foi assassinada em 14 de março de 2018 em um atentado ao carro onde ela estava; 13 tiros atingiram o veículo • Reprodução/Instagram
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Anderson Gomes, motorista do carro que levava Marielle, também morreu no atentado • Reprodução/Facebook
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Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são os acusados do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes • Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil
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A Justiça brasileira segue na busca pelos mandantes do assassinato da vereadora • Reprodução/Instagram
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Uma estátua de Marielle Franco foi inaugurada na Praça Mário Lago, no centro da capital fluminense • Divulgação/Instituição Marielle Franco
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Marielle era presidente da Comissão da Mulher na Câmara; segundo o Instituto Marielle Franco, ela iniciou sua militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré • Reprodução/Instagram
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A irmã de Marielle, Anielle Franco, é ministra da Igualdade Racional do Brasil do governo Lula • Reprodução/Instagram
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Marielle Franco era casada com a também vereadora Monica Benicio • Reprodução/Instagram