Caso João Carreiro: Brasil realiza uma cirurgia no coração por hora no SUS, diz Ministério
Em 2022 foram realizados 9.328 procedimentos — aumento de 25% em comparação com o ano anterior
Nos últimos três anos, uma cirurgia cardíaca nas válvulas do coração foi realizada praticamente a cada hora no Brasil. O procedimento é o mesmo pelo qual o sertanejo João Carreiro passou e morreu na última quarta-feira (3), aos 41 anos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) aprovou 25.272 procedimentos cirúrgicos nas válvulas cardíacas de janeiro de 2021 até outubro de 2023, de acordo com os dados do Ministério da Saúde, enviados a pedidos da CNN. Apenas em 2022, foram 9.328 procedimentos, um aumento de 25% em comparação com o ano anterior.
“Em geral, é uma cirurgia de baixo risco, apenas em média 2% dos pacientes não resistem”, afirma o cardiologista César Jardim, diretor clínico do Hcor. De acordo com o médico, a intervenção é geralmente indicada ainda quando o paciente tem poucos sintomas, antes que o quadro não se agrave.
Em 2023, até outubro, foram feitas 8.498 cirurgias que incluem implante de prótese valvar, plástica valvar, plástica valvar com revascularização miocárdica e troca valvar múltipla. Dessas, 286 cirurgias cardíacas foram realizadas no estado do Mato Grosso do Sul (MS), onde o cantor realizou o procedimento.
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12 horas de cirurgia: entenda o procedimento
O sertanejo passou 12 horas em cirurgia antes de morrer no Hospital do Coração, em Campo Grande (MS), de acordo com o diretor da unidade, Jandir Gomes. O procedimento envolvia a introdução de uma prótese para substituir uma das válvulas do coração.
O artista tinha uma condição cardíaca chamada de prolapso da válvula mitral (PVM). Segundo o médico, o anel da válvula mitral estava calcificado e ele tinha um prolapso com uma degeneração que pode ter acontecido durante anos.
Essa válvula é responsável por garantir que o sangue oxigenado que vem dos pulmões siga seu fluxo e seja bombeado para o resto do corpo. Quando a estrutura está danificada, ocorre o quadro chamado de refluxo ou insuficiência da válvula mitral. Antes que o problema se agrave e comprometa o funcionamento do órgão, os médicos recomendam a reparação da válvula ou a substituição por uma prótese.