Caso João Alberto: PM temporário assume agressões, mas nega racismo
Giovane Silva prestou depoimento e afirmou não ter agido com intenção de matar na abordagem no supermercado em Porto Alegre, no último dia 19
O policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva, que participou das agressões que culminaram na morte de João Alberto Silveira Freitas em um supermercado Carrefour em Porto Alegre no último dia 19, assumiu ter dado socos e chutes, mas negou ter agido com intenção de matar ou de ter sido racista.
No depoimento, que durou quatro horas no presídio militar onde está detido, Giovane afirmou que era seu primeiro dia de serviço no supermercado como vigia do estacionamento, mas ouviu no rádio um problema no caixa 25 e foi até lá. Após perguntar se estava tudo bem, diz ter levado um soco de João Alberto.
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“Ele destacou por inúmeras vezes que jamais assentiu com esse resultado, jamais agiria de forma a produzir um resultado tão gravoso como esse e que sua intenção era a da imobilização”, disse a delegada Roberta Bertoldo, responsável pelas investigações.
A defesa do policial foi informada de que a Polícia Militar vai pedir a demissão dele e que terá até quarta-feira para se manifestar. O inquérito será prorrogado por mais 15 dias a partir deste sábado (28). A polícia aguarda laudos da perícia, como resultado de necropsia e exame toxicológico.
Imagens de outros dias também estão sendo analisadas para ver se houve problemas anteriores com João Alberto e como a equipe terceirizada do supermercado age em casos como este.
(Publicado por Amauri Arrais)