Caso Henry mostra até onde pode chegar o sadismo, diz psiquiatra
Especialista analisa reação da sociedade com morte do menino e prisão da mãe e do padrasto, acusados de tortura-lo e mata-lo
A morte do menino Henry Borel, de 4 anos, e a prisão de Dr. jairinho, vereador do Rio de Janeiro, e da mãe da criança, Monique Medeiros, acusados de torturar e matar a criança, causa reações na sociedade por mostrar do que o ser humano é capaz. A avaliação é do psiquiatra e psicanalista Jorge Forbes.
“Quando há um crime, a gente se defende tentando dar uma justificativa: ‘teve problemas de criação, de sobrevivência, de fome’, a gente tenta justificar como se o crime fosse justificável. No caso do menino Henry, são pessoas que não apresentam nenhum tipo de dificuldade habitual da vida e cometem uma atrocidade como essa”, explica em entrevista à CNN.
“Em um momento desse, as pessoas ficam se perguntando: ‘será que eu também cometeria uma barbaridade dessa? Será que eu teria também desprezo pela espécie humana?’ O Brasil inteiro hoje está perplexo pelo fato em si, que mostrou que o ser humano é um bicho muito perigoso e até que ponto pode chegar o sadismo de alguém que ocupava o lugar de pai”, avalia.
A vulnerabilidade da vítima também comove, diz Forbes. “Não tem uma causa, são pessoas iguaizinhas a todas nós, com chances boas na vida e cometem uma atrocidade. Não é uma agressão reativa a algo, mas um prazer de fazer o mal ao outro, um prazer doentio, sádico. No caso, de uma criança indefesa, que está morta pela existência de pessoas como esse padrasto e essa mãe”.
(Publicado por Sinara Peixoto)