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    Caso Henry: hospital diz que menino já estava morto quando chegou à unidade

    Ofício enviado ao TJ mostra que a criança já estava em parada cardiorrespiratória quando chegou à unidade; Justiça ainda não definiu se réus vão a júri popular

    Beatriz PuentePedro Duranda CNN , no Rio de Janeiro

    O menino Henry Borel teria chegado morto ao hospital no dia 8 de março de 2021, segundo um ofício enviado pela Rede D’Or ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O documento é uma complementação ao que já foi informado no início do processo que investiga a morte do menino de 4 anos.

    Os advogados de Jairo defendem que a morte de Henry foi causada pelas manobras de ressuscitação realizadas durante atendimento no hospital. A pedido da Justiça, que acatou a solicitação da defesa por esclarecimentos, o hospital negou as acusações e afirmou que o menino já estava morto quando deu entrada na unidade de saúde.

    “Vale mencionar que a criança, no momento de sua chegada, já apresentava, ao exame físico, sinais de rigidez em mandíbula e pupilas midriáticas fixas, condição que indicava a presença de parada cardiorrespiratória há algum tempo”, destacou o parecer médico em anexo no ofício.

    Em nota à CNN, o advogado de Jairo Souza Santos Junior, Cláudio Dalledone, afirmou que os documentos do hospital provam que Henry chegou com vida ao hospital. Além disso, destacou que irá comprovar a inocência de Jairinho.

    “Foi feito mais de um raio-x, tentaram entubar o menino, pegar a veia da mão, dos braços, da perna e do pescoço de Henry, por isso os hematomas. Nenhum hospital do mundo faz raio-x, entuba uma criança morta. A verdade é que Henry Borel entrou vivo no Barra D’or e saiu de lá sem vida. O que o hospital Barra D’or está tentando esconder?”, disse o advogado.

    Em nota, o hospital informou que tem colaborado ativamente com a Justiça e que toda a documentação solicitada pelas autoridades foi entregue. A Rede D’or ressalta que não é parte do processo, apenas é citada por ter prestado socorro ao menino.

    O ofício destaca que não é possível que Henry tivesse morrido em decorrência das estratégias adotadas pela equipe médica, que tentou realizar procedimentos de ressuscitação no menino.

    “Diante do apresentado, não se pode falar em qualquer relação entre a morte de Henry Borel, constatada no exame necroscópico como tendo sido causada por hemorragia decorrente de rotura hepática, e as condutas adotadas nas dependências do Hospital Barra D’Or, uma vez que já havia sinais evidentes de que a criança já se encontrava morta quando do seu atendimento”, diz o documento.

    Além de esclarecimentos do hospital, a juíza Elizabeth Machado Louro acatou outros pedidos da defesa de Jairo no último depoimento do réu, no dia 13 de junho. Ela pediu a apreensão das câmeras do hospital, a entrega do segundo raio-x realizado em Henry, escala de plantão, certificado dos profissionais de saúde e checagem do horário das câmeras do elevador do prédio onde Henry morava.

    Na ocasião, o ex-vereador afirmou, em depoimento, que o menino teria chegado “sem nenhum arranhão” à unidade de saúde.

    Segundo o TJ, ainda não há data definida pelo Tribunal de Justiça para decidir se Jairo e Monique irão a júri popular ou não. No entanto, a CNN apurou que a juíza irá decidir sobre a pronúncia em agosto. Após a fase de documentação, será aberto o prazo para as alegações finais por escrito.

    O Ministério Público do Rio de Janeiro tem três dias para se manifestar. Em seguida, a assistência de acusação também terá três dias corridos. Na sequência, a defesa de Jairinho terá o mesmo prazo para se pronunciar e, por último, a defesa de Monique Medeiros, mãe de Henry. Os prazos são sequenciais.

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