Caso Cupertino: veja os disfarces que Paulo usou enquanto esteve foragido
Empresário, acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais, ficou foragido por quase três anos; ele vai para Júri Popular nesta quinta-feira (10)
Durante os três anos em que esteve foragido da justiça, Paulo Cupertino assumiu uma série de identidades e fisionomias diferentes, para despistar os investigadores. O fim das buscas ocorreu quando Cupertino foi capturado em um hotel na Zona Sul de São Paulo, após denúncias anônimas.
Ele é acusado de triplo homicídio qualificado, e vai para Júri Popular nesta quinta-feira (10), por conta das mortes de ator Rafael Miguel e dos pais dele, João Alcisio e Miriam Selma.
Relembre quem era o ator Rafael Miguel, famoso por seu papel na novela “Chiquititas”
Durante as investigações, que duraram entre junho de 2019 e maio de 2022, Cupertino foi considerado um dos criminosos mais procurados do país e figurou até mesmo na lista da Interpol.
Saiba mais sobre quem era Paulo Cupertino
Durante o período de fuga, ele utilizou identidades falsas e se escondeu em diversas cidades do Brasil e da América do Sul. Nas imagens, diversos exemplos de cortes de cabelo e barba foram adotados por ele, enquanto se escondia dos investigadores. Veja algumas delas abaixo:
A primeira imagem corresponde a identidade do acusado, na data do crime, em junho de 2019. Na época, com cabelos na altura dos ombros e sem barba, Cupertino estava com 49 anos.
Ao lado, a imagem de Cupertino de bigode foi veiculada após o descobrimento de que ele havia adulterado uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH). As informações são do Ministério Público (MP).
Em outro retrato, Paulo Cupertino aparece de barba branca, em um RG falso, que fez no interior do Paraná com uma certidão de nascimento falsa. O documento foi registrado legalmente. Nos rastros das investigações, indícios apontavam que ele trabalhou no Paraguai enquanto estava foragido, com esse documento.
Na segunda fileira da esquerda para direita, Cupertino foi flagrado trabalhando em uma fazenda no Paraguai a 300 quilômetros da fronteira. Agentes do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) foram ao local, mas sem sucesso. Ao saber que havia sido localizado, ele teria fugido para a Argentina.
Ao lado, o rosto de Cupertino está coberto por uma máscara, e ele utiliza um chapéu, enquanto chega ao quarto do hotel onde foi capturado. A imagem da direita demonstra o retrato dele, sem o disfarce. Cupertino foi preso em um hotel, após denúncia anônima. No momento da prisão, ele negou ter sido o autor dos assassinatos.
Fuga em caminhão de melancia
A Polícia Civil de São Paulo usou um leque variado de estratégias de investigação na caçada do empresário Paulo Cupertino, acusado de matar o ator de “Chiquititas” Rafael Miguel e os pais.
A delegada da Divisão de Capturas Ivalda Aleixo, uma das responsáveis pelas investigações, detalhou momentos da caçada e a prisão. No começo, em junho de 2019, conta a delegada, a polícia conseguiu monitorar os rastros iniciais do fugitivo, ainda que estivesse alguns passos atrás dele.
Segundo Ivalda, cerca de 20 dias antes do crime, Cupertino havia ido para o Mato Grosso do Sul. “A gente sabia que ele fazia essas coisas, pelo tipo de comércio que tinha, de peças de automóveis, os chamados ‘desmanches’”, explica a policial.
Os primeiros passos de Cupertino em 2019, após o crime, foram identificados pelas investigações. “O fato foi no domingo. Ele vai para São Roque na madrugada e, na terça-feira, para Campinas. De lá, consegue pegar um ônibus e vai para Ponta Porã”, apontou Ivalda Aleixo, delegada responsável pela captura de Cupertino, após a captura do suspeito em 2022.
Além de acompanhar as informações que chegavam, a polícia monitorava de perto a família e a vizinhança de Cupertino em São Paulo, à busca de indícios de onde ele estava. Quando a mãe de criação de Cupertino morreu, em 2020, policiais ficaram de campana no velório na expectativa de encontrá-lo.
Foi em Eldorado, no Mato Grosso do Sul, uma das cidades próximas da fronteira com o Paraguai, que a captura ficou mais perto de acontecer. “Foi por muito pouco”, lembra Ivalda. “Ele acabou fugindo em um caminhão de melancia. Ele falou isso: que entrou em um caminhão lá, que tinha umas melancias, e saiu.”
Segundo a delegada, esse teria sido o local no qual o fugitivo passou mais tempo: do primeiro semestre de 2020 até por volta de fevereiro de 2021. Após um período trabalhando na fazenda, uma funcionária desconfiou que o colega de serviço seria Cupertino. Ele notou a mudança e fugiu.