Carnaval no Rio de Janeiro é marcado por irregularidades e festas clandestina
Apenas na capital foram foram 46 inspeções sanitárias, com 30 autos de infração e 17 interdições, além de 7 apreensões de equipamentos de som e 1 de bebidas
Os desfiles de escolas de samba e as saídas de blocos estão proibidos por decreto no Rio de Janeiro e em diversas cidades fluminenses. Bailes e festas também não estão liberados e quem desrespeitar pode responder por crime contra a saúde pública.
Mas o último balanço da prefeitura do Rio, divulgado domingo (14), mostra que isso não é uma preocupação para muita gente. Desde o início das ações para combater aglomerações no período que seria do Carnaval, na última sexta-feira (12), já foram feitas 46 inspeções sanitárias, com 30 autos de infração e 17 interdições, além de 7 apreensões de equipamentos de som e 1 de bebidas.
Só domingo (14) três estabelecimentos foram interditados pela Vigilância Sanitária e pela Secretaria de Ordem Pública. Além disso, seis multas foram aplicadas por funcionamento sem licença.
Com apoio da Polícia Militar, quatro eventos foram impedidos na zona oeste. Entre eles, uma festa que reunia dezenas de jovens e cujos ingressos custavam R$ 10. No local foram apreendidas 3.706 unidades de cerveja, energético, whisky, gim, água e refrigerante.
Já em uma festa rave, equipamentos de som foram apreendidos pela Guarda Municipal, e vários veículos foram removidos por estacionamento irregular.
A CNN teve acesso a imagens de diversas festas clandestinas, que desrespeitaram os decretos e também os protocolos de segurança contra a circulação do vírus da Covid-19.
Na capital fluminense, que está há quatro semanas em risco alto de contaminação, de acordo com o boletim epidemiológico da prefeitura, houve registro de diversas festas. Um dos bailes interrompidos foi no tradicional Jockey Club, para 200 pessoas.
Na zona sul, um flagrante mostrou o embarque de muitas pessoas para festas em alto mar. Em um dos barcos mais de 50 pessoas festejavam o carnaval. A Guarda Marítima Municipal fiscalizou, só neste domingo, cerca de 40 embarcações de grande e médio porte na Marina da Glória.
Seis foram impedidas de sair por não possuírem alvará municipal para transporte de passageiros com remuneração ou por atividade turística. Os organizadores de festas também foram notificados por realizarem eventos com aglomeração. No total, 42 passeios com festas foram cancelados.
Em Bangu, na zona oeste, um bloco de bate-bolas saiu na noite de sábado (13), livre de fiscalização. Pelas imagens é possível ver os foliões curtindo o Carnaval, com batuques e muitos fogos de artifício. A maior parte dos frequentadores está sem máscaras de proteção.
Em uma roda de samba em Vicente de Carvalho, também na zona norte, não houve preocupação com o distanciamento social e o uso de proteção facial.
Por causa do monitoramento da Polícia Civil, eventos marcados com dias de antecedência na Barra da Tijuca, no Vidigal e no Arpoador foram cancelados.
Na cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, um bloco foi interrompido pela polícia militar e houve confusão e correria.
Em Cabo Frio, na Região dos Lagos, uma festa num restaurante próximo à sede da prefeitura, irritou moradores, que tentaram denunciar o evento com quatro dias de duração.
Apesar das imagens, os organizadores justificaram as comemorações dizendo que seguiam os protocolos de prevenção.
Já em Belford Roxo, na Região Metropolitana do RJ, uma festa que começou no domingo e só terminou no começo da manhã desta segunda-feira (15).