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    Carnaval: sem vacina até setembro, não haverá desfile, decidem escolas do Rio

    De acordo com a Liesa, após essa data fica inviável realizar o desfile, pela dificuldade com a logística

    Lucas Janone e Stéfano Salles, da CNN no Rio

    Sambódromo
    Imagem aérea do Sambódromo no Rio de Janeiro
    Foto: Divulgação/ Riotur

    Em reunião realizada na noite desta terça-feira (14), a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) decidiu que irá aguardar até setembro para decidir entre a realização e o cancelamento dos desfiles do carnaval 2021. Caso a vacina não seja desenvolvida até setembro, não haverá desfiles no Rio de Janeiro no ano que vem.

    De acordo com a Liesa, após essa data fica inviável realizar o desfile, pela dificuldade com a logística. E, até o momento, não existe a ideia de adiar o evento para outra época do ano, pois prejudicaria o carnaval de 2022.

    A Liesa informou ainda que vai “provocar os órgãos de Saúde do Governo do Estado e da Prefeitura do Rio para uma manifestação oficial sobre a evolução da erradicação da pandemia para balizar a decisão definitiva”.

    O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, disse que todas as escolas de samba do Grupo Especial — a elite do carnaval carioca — estão de acordo que, sem a imunização coletiva, a realização da festa torna-se praticamente inviável.

    Questionado sobre o carnaval ser transmitido sem público, Castanheira disse não acreditar nessa possibilidade para o desfile.

    “O jogo de futebol pode acontecer sem plateia. Fórmula 1 também. Carnaval, não”, afirmou.

    Vacina

    Pelo menos seis das 12 escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro já defendiam que o carnaval só deveria ser realizado após o desenvolvimento de uma vacina para contra a Covid-19: Mangueira, Imperatriz Leopoldinense, Vila Isabel, Beija-Flor, São Clemente e Grande Rio.

    Mais cedo, o presidente da São Clemente, Renato Almeida Gomes, disse à CNN que, seja qual fosse o resultado da reunião, a escola não desfilaria enquanto não existir uma vacina contra a Covid-19. O dirigente da escola de Botafogo, a única da Zona Sul do Rio no Grupo Especial, diz que a decisão é para preservar os componentes da agremiação e os esforços feitos pela comunidade para produzir máscaras para profissionais de saúde e capotes impermeáveis. 

    Fernando Fernandes, presidente da Unidos da Vila Isabel, disse não acreditar no carnaval tão cedo. De acordo com ele, os desfiles só serão possíveis depois da elaboração da vacina. “Não tem como fazer Carnaval enquanto milhares de pessoas morrem ao mesmo tempo. É uma insanidade”. 

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    Outro que faz coro é Marquinhos Fernandes, diretor geral de carnaval da Imperatriz Leopoldinense – campeã da Série A, que volta em 2020 ao Grupo Especial –, que confirmou que a verde e branco de Ramos é contrária à realização do Carnaval enquanto não houver vacina.

    “A Imperatriz ama o Carnaval e quer desfilar, mas desde que haja vacina. Eu preciso de aglomeração no barracão, na quadra, no desfile, e não tem como produzir carnaval assim. Então, se tiver uma vacina, nós vamos”, afirmou.

    A Grande Rio, de Duque de Caxias, se posicionou sobre o assunto por meio de uma nota: “A Grande Rio entende que somente há condições de realização do Carnaval se houver imunização da população, para que possamos trabalhar de forma segura. Estamos dispostos a seguir rigorosamente as orientações das autoridades de saúde”. 

    Outras seis escolas não quiseram confirmar a posição sobre o carnaval 2021: a atual campeã Viradouro, de Niterói, a Portela, o Salgueiro, a Unidos da Tijuca, o Paraíso do Tuiuti e a Mocidade Independente de Padre Miguel.

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