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    Câmara do Rio abre sessão que julga cassação do vereador Dr. Jairinho; assista

    Parlamentar está preso, denunciado pela acusação de matar o enteado, o menino Henry Borel

    Pedro Duran, da CNN, no Rio de Janeiro

    O presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Carlo Caiado (DEM), abriu a sessão que deve terminar com a cassação de Jairo Souza Santos Júnior (sem partido), conhecido como Doutor Jairinho. O vereador foi expulso do Solidariedade no dia em que foi preso, 8 de abril.

    Ele é acusado da quebra de decoro parlamentar por ter supostamente participado da morte do enteado, Henry Borel, em março.

    “Eu como pai de duas filhas não consigo imaginar a dor da perda de um filho. A morte do menino Henry Borel chocou a todos nós”, disse Caiado na abertura da sessão. Ele reforçou que o gabinete de Jairinho foi fechado e o mandato dele suspenso no decorrer dos trabalhos do Conselho de Ética. 

    O debate sobre a cassação estava marcado para as 16h, mas acabou atrasando quase meia hora por conta de uma discussão entre os vereadores Monica Benício (PSOL) e Carlos Bolsonaro (Republicanos), que acabou envolvendo outros parlamentares.

    Doutor Jairinho
    Doutor Jairinho na Câmara Municipal do Rio de Janeiro
    Foto: Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio de Janeiro

    A Câmara carioca tem 51 vereadores, mas com Jairinho afastado, são 50 votos em jogo. Para que ele seja cassado, são necessários 34 deles.

    “O clima, o sentimento na Câmara dos Vereadores é de cassação por ampla maioria. É certo que nenhum dos vereadores defenderá ele. Não acredito que ninguém vote contra o relatório do Conselho do Ética, que foi aprovado com a participação de representantes de vários partidos e sugere a cassação”, disse Isquierdo. 

    O parecer elaborado pelo vereador Luiz Ramos Filho, do PMN, pede a cassação de Jairinho e foi aprovado por sete votos a zero no conselho de ética.

    A sessão começa com a leitura do parecer de Ramos Filho, que pede a cassação. Após a leitura, os vereadores podem discursar por 15 minutos cada.

    Há um acordo que prevê que esse tempo seja destinado apenas àqueles que quiserem falar entre os sete membros do Conselho. Os demais vereadores teriam 15 minutos de fala pelo regimento interno, mas devem ter o tempo limitado em apenas 5 minutos. A expectativa é de que poucos decidam se manifestar sobre o caso.

    Advogados de Jairinho terão duas horas, mas não devem usar o tempo completo. Eles alegaram, em uma peça de 13 páginas enviada ao Conselho, que o processo foi rápido demais e a inocência do parlamentar não foi presumida. Se decidirem usar o tempo de fala, os advogados devem ir nessa linha. Após a fala da defesa, líderes de partidos e blocos podem se manifestar para orientar suas bancadas, o que – se ocorrer – também deve ser rápido. A votação será nominal e usará o painel eletrônico.

    Suplente é ‘empresário favelado’

    Se for cassado, Jairo Souza Santos Junior será substituído por outro político de seu antigo partido, Marcelo Diniz, do Solidariedade.

    De campanha modesta, em 2020 ele gastou menos de R$30 mil e reivindicou apoio das comunidades e dos ‘mais necessitados’ se apresentando como empresário, ‘favelado’ e líder comunitário. A área de atuação dele é a região de Muzema e Rio das Pedras, que sofreram com desabamentos recentes. 

    Marcelo Diniz pousou para fotos ao lado do prefeito Eduardo Paes (PSD) e do governador Cláudio Castro (PL) no local onde um prédio desabou em Rio das Pedras matando pai e filha. Ele foi um dos cabos eleitorais do prefeito do Rio de Janeiro, especialmente no segundo turno, após perder a eleição para vereador no Rio.

    Ele chegou a ser ouvido pela polícia nas investigações após o desabamento em Muzema, que deixou 24 mortos em 2019. Na época, era presidente da Associação de Moradores da região.