Buscas por vítimas de acidente com bimotor entram no sexto dia consecutivo
Segundo o Corpo de Bombeiros do Rio, buscas seguirão por 15 dias; Marinha afirma que localizou uma mochila no último sábado (27)
Prestes a completar uma semana da queda de um bimotor entre os estados do Rio e São Paulo, parentes de duas vítimas do acidente ainda vivem a angústia da busca por informações. Em uma rede social, a mãe do copiloto José Porfírio, de 20 anos, fez um apelo às autoridades e desabafou.
“Se coloquem meu lugar de mãe. Vocês não sabem o que é desespero quando chega esse horário e eu não trouxe o meu filho pra casa. Eu não vou desistir de procurar o meu filho”, disse Ana Regina.
Nesta terça-feira (30/11), as buscas pelo copiloto e pelo empresário Sérgio Dias Alves entraram no sexto dia consecutivo. Segundo o Corpo de Bombeiros do RJ, na operação, militares seguem mobilizados com mergulhadores e contam com auxílio de aeronaves, embarcações e moto aquáticas que fazem varredura costeira na região, na divisa dos estados do Rio e São Paulo.
De acordo com o coronel Leandro Monteiro, comandante-geral do CBMERJ e secretário Estadual de Defesa Civil, as buscas não param e incluem operações aéreas, marítimas e terrestres, estas inclusive durante a noite.
“Quero me solidarizar com os familiares das vítimas que estão aqui nos auxiliando com informações. Diariamente, estamos com militares de todo o Estado, dos grupamentos marítimos e das unidades especializadas. Todos os recursos necessários estão sendo empregados. O Corpo de Bombeiros não desiste nunca. Ficaremos aqui durante 15 dias em busca de vidas” afirmou o comandante que acompanha as buscas no local.
Segundo a Marinha do Brasil, as buscas foram iniciadas no dia 25 de novembro e, no último sábado (27), um navio-patrulha encontrou uma mochila com pertences supostamente dos tripulantes do bimotor. Ela foi localizada dentro da área de buscas, a aproximadamente 45 km de Trindade (RJ). Ainda segundo a Marinha, a força-tarefa com demais órgãos já realizou uma varredura em uma área de mais de 2500 km2 do litoral, percorrendo uma faixa litorânea entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ), com um afastamento de até 45 km da costa.
“Com o propósito de obter mais informações que pudessem auxiliar nas buscas, o Salvamar Sueste, estrutura orgânica responsável por Operações de Busca e Salvamento (SAR) nesta região, emitiu Aviso aos Navegantes, dando ampla divulgação por Rádio, com o objetivo de alertar e solicitar apoio a todas as embarcações nas áreas próximas. Marinha do Brasil”, diz um trecho do comunicado da Marinha.
O bimotor caiu em mar aberto nas proximidades de Ubatuba, litoral de São Paulo, e de Paraty, no Rio de Janeiro. O avião saiu de Campinas (SP) por volta das 20h30 de quarta (24/11) e pousaria no aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, às 21h30. A partir das 21h, no entanto, não houve mais contato com os ocupantes.
Um dia depois do acidente, equipes de resgate localizaram o corpo de Gustavo Carneiro, que pilotava a aeronave. Ele tinha 27 anos e era natural de Corumbá, no Mato Grosso do Sul.
Segundo o registro da ANAC, o avião não podia operar na função de Táxi Aéreo, porém tinha permissão para voo noturno. A posse da aeronave está no nome do copiloto, José Porfírio. A vistoria estava em dia.