Brasileiros não acreditam que as pessoas serão mais tolerantes em 2022, diz pesquisa
Segundo Instituto Ipsos, mais da metade dos brasileiros acreditam não haverá melhora em relação à tolerância entre as pessoas; número acompanha média global de 61%
A tolerância entre as pessoas não será uma marca no próximo ano. Pelo menos é o que considera a maioria dos brasileiros, em uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos no Brasil e em outros 32 países.
Para 62% da população nacional, não haverá melhora em relação à tolerância entre as pessoas, justamente em um ano que promete elevado acirramento dos ânimos, com as eleições para presidente, governadores, senadores e deputados. Apenas 27% dos brasileiros acreditam que haverá uma mudança de postura na sociedade, e os outros 11% não souberam responder.
O número de pessoas descrentes em relação ao aumento da tolerância acompanha a média global observada na pesquisa, que é de 61%.
O Brasil ficou em 20º lugar entre todos os países que participaram do levantamento. Os mais pessimistas em relação à melhora deste sentimento são os franceses (81%), belgas (79%) e israelenses (79%). Já as nações cuja população está mais otimista sobre uma melhora em relação à intolerância são China (83%), Malásia (66%) e Índia (60%).
O levantamento também procurou saber como estará o ambiente virtual em 2022, em relação à projeção para a vida on-line. Mais da metade das pessoas de todos os países (57%), acreditam que a população passará mais tempo no ambiente virtual. No Brasil o número é ainda mais elevado, de 74%, e equivale ao terceiro maior da pesquisa, atrás apenas de Turquia (77%) e Malásia (75%).
Em contrapartida, as populações do Japão (58%), China (56%), Holanda (39%) e Reino Unido (39%) acreditam que as pessoas de seus respectivos países ficarão menos tempo conectadas no próximo ano.
E como mais da metade da média global acredita que a população passará mais tempo online, a tendência é que as transações financeiras, atividades profissionais e relacionamentos pessoais no ambiente virtual sigam em expansão. Com isso, aponta o Ipsos, o poder das empresas de tecnologia será reforçado.
Desta forma, o instituto quis saber quais são as percepções dos países em relação à aplicação de leis mais rigorosas para o setor. No Brasil, 43% acreditam que não haverá maior rigor na legislação sobre empresas de tecnologia em 2022, enquanto 35% acham que sim e 21% não souberam responder.
Na média global, 38% esperam e acreditam que haverá leis mais rígidas para as companhias tecnológicas. China (74%), Índia (64%) e Malásia (60%) registraram os maiores índices. Já o Japão (21%), Hungria (22%) e Bélgica (22%), os menores.
Para a realização da pesquisa foram entrevistados 22.023 adultos, com idades entre 16 e 74 anos, de 33 países, sendo 1.000 no Brasil. A margem de erro é de 3,5% para mais ou para menos. Foram pessoas da Austrália, Brasil, Canadá, China, Cingapura, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Japão, Espanha, Estados Unidos, Argentina, Bélgica, Chile, Colômbia, Dinamarca, Hungria, Índia, Israel, Malásia, México, Holanda, Peru, Polônia, Romênia, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Suécia, Suíça e Turquia.