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    Brasil tem menor número de mortes violentas em 11 anos e queda de 2,4% em relação a 2021

    País registrou 47.508 mortes violentas intencionais no ano passado, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública; entidade ressalta, no entanto, que dados não significam que o Brasil se tornou mais seguro

    Douglas Portoda CNN , em São Paulo

    O Brasil registrou 47.508 mortes violentas intencionais em 2022, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira (20). É a menor taxa desde 2011, início da série histórica monitorada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pelo estudo. Naquele ano, o país registrou 47.215 mortes.

    O número de 2022 ainda representa uma queda de 2,4% em relação a 2021, quando 48.431 pessoas morreram. Os dados mostram que o país registra, em média, 23,4 mortes violentas por 100 mil habitantes.

    As mortes violentas intencionais incluem vítimas de homicídio doloso, latrocínios, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais, além de policiais assassinados.

    Conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mesmo pequena, a queda é positiva e precisa ser realçada. Entretanto, os dados também revelam limites metodológicos e problemas que devem ser destacados, sob o risco de a população ser induzida a acreditar na ideia de que o país é mais seguro.

    “Ainda somos uma nação violenta e profundamente marcada pelas diferenças raciais, de gênero, geracionais e regionais que caracterizam quem são e onde vivem as vítimas da violência letal”, cita a entidade no estudo.

    Regiões

    Cerca de quatro em cada dez mortes violentas intencionais são no Nordeste, segundo o levantamento. A região, porém, registrou queda de 4,5% no número de mortes na comparação entre 2021 e 2022, indo de 21.011 para 20.122 mortes.

    Nas regiões Sul e Centro-Oeste, a violência letal cresceu 3,4% e 0,8%, respectivamente. Já no Sudeste, houve uma redução de 2% e no Norte, de 2,7%.

    Veja detalhes na tabela abaixo:

    Estados mais letais

    O estado mais violento do país no ano passado foi o Amapá, com uma taxa de 50,6 mortes violentas por 100 mil habitantes, mais que o dobro da média nacional.

    A Bahia foi o segundo estado em que houve mais mortes, com uma taxa de 47,1 por 100 mil. Na terceira posição está o Amazonas, com taxa de 38,8 por 100 mil.

    Estados menos letais

    São Paulo foi o estado com menor letalidade violenta, com 8,4 mortes por 100 mil habitantes. Santa Catarina ficou com uma taxa de 9,1 e o Distrito Federal, de 11,3.

    Confira mais na tabela:

    Histórico

    O Fórum Brasileiro de Segurança Pública produz desde 2011 a série histórica de mortes violentas intencionais, quando passou a monitorar as mortes por intervenções policiais.

    A partir de 2015, os dados de homicídio passaram a incluir os feminicídios.

    Os valores do gráfico estão em número absoluto de ocorrências pelas limitações temporárias identificadas nas projeções das estimativas populacionais entre 2011 e 2021 a partir da divulgação de Censo 2022.

    O recorde foi em 2017, com 64.078 mortes. De acordo com a entidade, a explosão de violência verificada a partir de 2016 tem relação direta com o racha entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).

    As organizações criminosas começaram a expandir seus domínios para outras regiões, buscando parcerias com organizações criminosas locais que também atuavam com o narcotráfico. O PCC acelerou esse projeto entre 2012 e 2018, o que motivou o racha com o Comando Vermelho.

    Veja a série histórica:

    Perfil das vítimas

    Os homens são as maiores vítimas, representando 91,4% das mortes violentas intencionais. As mulheres ficam com 8,6%.

    Entre os mortos, 76,5% eram negros. Nas intervenções policiais, eles passam a ser 83,1% das vítimas; 76,5% em homicídio doloso; 58,5% em latrocínio; e 72,1% em lesão corporal seguida de morte.

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