Brasil pode ser “exemplo para o mundo” com desmatamento zero, diz coordenador do Observatório do Clima
Desmatamento da Amazônia faz país figurar como quinto maior emissor de gases de efeito estufa
O Brasil pode ser “exemplo para o mundo” se aplicar na prática o que tem dito o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a redução do desmatamento das florestas do país, especialmente a Amazônia, avalia o coordenador técnico do Observatório do Clima, Tasso Azevedo.
“A gente espera que o Brasil, com o compromisso de desmatamento zero, se atingir esse compromisso, reduzirá as emissões em mais de 50%. Isso seria um exemplo para o mundo”, diz Azevedo.
Segundo ele, os discursos de Lula sobre o combate ao desmatamento e as mudanças climáticas geraram “entusiasmo” sobre o Brasil na COP27.
Além disso, Azevedo pontua que, após quatro anos nos quais o país perdeu relevância no debate sobre o clima em relação à sua “dimensão, responsabilidade e potencial”, poderá voltar a ter o protagonismo histórico que teve, como nas negociações do acordo de Paris, assinado em 2016.
O coordenador do Observatório do Clima acredita que é possível alcançar os compromissos indicados pelo presidente eleito. “A gente já fez isso lá atrás, entre 2004 e 2012, e podemos voltar a fazer e ser um exemplo para empurrar o mundo para essa redução drástica que a gente precisa das emissões”.
Atualmente, o Brasil é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa. Diferente dos outros grandes emissores, que ocupam a lista por suas atividades industriais, no caso brasileiro as emissões ocorrem em razão das mudanças de uso da terra, ou seja: o desmatamento das florestas, especialmente o da Amazônia
“Cada vez que desmatamos a Amazônia, tem um efeito duplo: a gente coloca mais gases de efeito estufa na atmosfera e diminui a capacidade do planeta de absorver carbono de volta”, pontua Azevedo.
*Sob supervisão de Elis Franco
