Brasil é primeiro país do mundo a registrar morte por oropouche, diz ministério
Dois foram registrados no interior da Bahia; um caso em Santa Catarina segue em investigação
As duas mortes por febre oropouche confirmadas nesta quinta-feira (25) pelo Ministério da Saúde são as primeiras registradas no mundo. Segundo comunicado divulgado pela pasta, “até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença.”
As mortes aconteceram no interior da Bahia. Duas com menos de 30 anos, sem comorbidades, tiveram sinais e sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave. Uma terceira morte segue em investigação em Santa Catarina.
O que é a doença
A febre do oropouche é causada pelo vírus orthobunyavirus oropoucheense.
A principal forma de transmissão é pelo mosquito-pólvora, mas há outros tipos de mosquitos que também podem transmitir o microorganismo.
Macacos e bichos-preguiça são os principais hospedeiros. O vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias após picar uma pessoa ou animal infectado. Se esse mosquito pica outra pessoa saudável, ele pode transmitir o vírus para ela.
Os principais sintomas são dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. São características similares às manifestadas em que está infectado por dengue ou chikungunya.
O diagnóstico se dá por exames laboratoriais e todo resultado positivo precisa ser notificados às autoridades.
Segundo o Ministério da Saúde, o microorganismo foi detectado pela primeira vez no Brasil em 1960, durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Ele foi identificado em uma amostra de um bicho-preguiça e, desde então, houve registros de casos isolados e surtos mais localizados em estados da região amazônica.