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    Bope faz operação no Complexo da Penha para impedir expansão de facção

    Imagens registradas por moradores mostram intenso tiroteio na comunidade da zona norte do Rio

    Bope em operação no Complexo da Penha nesta quarta-feira (31)
    Bope em operação no Complexo da Penha nesta quarta-feira (31) Penha News

    Carolina Figueiredoda CNN

    O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio deflagrou, na manhã desta quarta-feira (31), uma operação nas favelas do Complexo da Penha, na zona norte da capital. Imagens registradas por moradores mostram que há intenso tiroteio na região.

    De acordo com a PM, o objetivo da ação é impedir que criminosos da facção Comando Vermelho façam ataques em comunidades da zona oeste da cidade.

    Dados do serviço de inteligência da corporação apontam que o grupo, que domina o Complexo da Penha, busca expandir a sua área de atuação até as localidades de Gardênia Azul, Muzema, Rio das Pedras e Morro do Banco, todas comunidades da zona oeste.

    Não há registro de presos ou feridos na operação, que segue em andamento.

    Conforme imagens registradas pelos próprios agentes, criminosos colocaram fogo em diversas barricadas para evitar a entrada do Bope nas favelas. “Nossa tropa avança no terreno, sofrendo um intenso ataque armado por parte de criminosos que atuam na localidade”, diz a PM.

    Zona oeste em disputa

    A zona oeste do Rio vem sendo palco de disputas violentas entre grupos rivais desde a prisão do até então chefe da milícia que dominava a região, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. O miliciano se entregou à Polícia Federal na véspera do Natal de 2023.

    Na madrugada de ontem (30), a Polícia Militar prendeu sete homens armados que saíram da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, e seguiam até a Gardênia Azul, situada na zona oeste da cidade.

    De acordo com a investigação, o grupo tinha a intenção de travar um conflito territorial com outros criminosos do local de destino. A ação foi interceptada pelos militares.

    Além das disputas entre tráfico e milícia, há também uma guerra pela sucessão de Zinho na área.

    Em 21 de janeiro, Sérgio Rodrigues da Costa Silva, o Sérgio Bomba, foi assassinado a tiros em um quiosque no Recreio dos Bandeirantes, também na zona oeste. Ele era apontado como chefe da milícia de Sepetiba, e a Polícia Civil investiga informações de que o miliciano Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como Pipito, tenha sido o mandante do assassinato.

    Pipito é apontado como membro da milícia de Zinho e teria ordenado, em outubro do ano passado, a queima de 35 ônibus e um trem na região da zona oeste. Os ataques ocorreram após a morte de Matheus da Silva Resende, o “Faustão” ou “Teteus”, de 24 anos, sobrinho de Zinho, durante uma operação policial.

    Em dezembro, um dos homens que era apontado como possível sucessor de Zinho, Antônio Carlos dos Santos Pinto, o Pit, foi morto na comunidade Três Pontes, em Paciência, também na zona oeste. No ataque, o filho de nove anos do miliciano também foi morto.

    De acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado, houve uma piora da violência armada na zona oeste do Rio no ano passado. A quantidade de mortos em tiroteios mais que dobrou — com um aumento de 104% — e houve um crescimento de 53% no número de tiroteios na região. Todas as outras áreas da Grande Rio tiveram queda nestes indicadores.