Bombeiros liberam sambódromo do Rio; prefeito reconhece que mangueiras foram retiradas por risco de furto
Corpo de Bombeiros havia interditado o espaço depois de constatar irregularidades nessa sexta, mas problemas foram resolvidos
O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro fez uma nova vistoria na tarde deste sábado (28) e decidiu liberar o sambódromo da Marquês de Sapucaí para os ensaios técnicos das escolas de samba. Restaurantes e praças de alimentação, no entanto, seguirão interditados.
A liberação visa autorizar os ensaios previstos para este final de semana. Entre as escolas que irão passar pelo espaço nos próximos dias estão a Mocidade Independente de Padre Miguel e a Mangueira, com desfiles previstos para a noite deste domingo.
O documento, no entanto, não dá aval – ainda – para a realização do Carnaval de 2023. Isso porque a corporação espera a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) por parte da Riotur, agência da prefeitura que promove os desfiles. A estimativa é que o documento seja assinado e protocolado até terça-feira (31).
“A prefeitura entrou com pedido de prorrogação do Termo mas a Riotur ainda não assinou o documento. Depois da vistoria dos militares ontem, a prefeitura tentou protocolar a prorrogação, mas foi impossibilitada pelo final de semana”, diz um trecho da nota dos Bombeiros.
Uma vistoria emergencial foi realizada na última sexta-feira (27), depois que uma juíza de 1º grau atendeu a um pedido de um advogado e deu 24 horas para que o sambódromo apresentasse os documentos atestando que não havia risco de acidentes ou incêndio. Caso isso não fosse feito, o sambódromo seria interditado.
No local, os bombeiros constataram irregularidades, como defeitos nos volantes de acionamento dos hidrantes dos setores 5, 6 e 9 e a ausência de mangueiras e conectores em todos os setores. Uma notificação vetando os ensaios técnicos foi emitida.
Neste sábado, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), reconheceu que as mangueiras de incêndio foram retiradas do sambódromo por risco de que fossem roubadas. O item de segurança obrigatório não estava no local correto no palco do carnaval em uma vistoria feita pelo Corpo de Bombeiros nesta sexta-feira (27/1).
Paes foi questionado se estava ciente de uma informação que teria sido declarada pelo presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa), Jorge Perlingeiro, de que as mangueiras estavam guardadas e só seriam colocadas no sambódromo no dia dos eventos.
“Infelizmente claro que está ciente. […] A gente precisa de mais segurança pública no Rio, que as pessoas estão roubando tudo muito a vontade. Roubam sinal de trânsito, mangueira de incêndio. O terreirão do samba, por exemplo, foi todo reformado ano passado e não há segurança particular que resista a tanta impunidade no Rio, né. Então a gente precisa de mais segurança pública, mais esforço nisso”, respondeu o prefeito.
Após a declaração, a reportagem da CNN questionou o governo do Rio de Janeiro, responsável pelas polícias Civil e Militar. Em nota, o governo afirma que “a Polícia Militar atua rotineiramente na região do Sambódromo, empenhando policiamento no perímetro da Rua Marquês de Sapucaí e seu entorno”. Dizem ainda que “durante o período dos ensaios técnicos e do Carnaval, a PM garante ainda o reforço no patrulhamento da região, com o aumento do efetivo de militares atuando no local”.