Bolsonaro revoga decreto que assinou e permitia ao Exército voltar a ter aviões
Presidente voltou atrás pois decisão foi vista por alguns brigadeiros como inoportuna
![Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio da Alvorada Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio da Alvorada](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2021/06/6474_0F52C7C1BCBAC13A.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
Depois da reação de integrantes da Força Aérea Brasileira (FAB), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) resolveu revogar o Decreto 10.386, baixado na semana passada, que permitia ao Exército voltar a ter aviões.
O recuo de Bolsonaro está publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (8). O mesmo ato restaura a vigência do Decreto 93.206/1986, que dava ao Exército a permissão para operar apenas helicópteros.
O aval do presidente ao Exército foi visto por brigadeiros como inoportuno. Eles criticaram “a oportunidade da medida”, um período de crise econômica, em que as verbas para o setor de defesa estão escassas.
Brigadeiros também alegaram que a medida pode afetar a operação conjunta das duas Forças. “O problema não é o Exército ter sua aviação, mas o momento da decisão, que não é oportuno”, afirmou o tenente-brigadeiro-do-ar Sérgio Xavier Ferolla, ex-presidente do Superior Tribunal Militar (STM).
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O decreto anulado nesta segunda por Bolsonaro foi publicado no dia 2 de junho para conceder ao Exército, após 79 anos, o direito de ter aeronaves de asa fixa. O texto dizia que os Comandos da Marinha e da Aeronáutica iriam cooperar para a reestruturação da Aviação do Exército e que este utilizaria a rede nacional de aeródromos, além de contar com o apoio de instalações e serviços aeronáuticos das outras duas Forças.
Com a revogação, fica valendo a regra anterior, editada em decreto de setembro de 1986, que criou a Aviação do Exército, “destinada à operação de helicópteros necessários ao cumprimento da missão da Força Terrestre”.