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    Boate Kiss: CNJ julga nesta terça-feira (26) conduta do juiz que conduziu júri popular

    Em 2021, Orlando Faccini Neto conduziu audiência em que os quatro réus foram condenados pelo incêndio; dois anos mais tarde, o julgamento foi anulado

    Leonardo Rodriguesda CNN , São Paulo

    O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) incluiu em sua pauta desta terça-feira (26) o julgamento da conduta de Orlando Faccini Neto, juiz na audiência em que os quatro réus pelo incêndio na boate Kiss foram condenados em júri popular, em dezembro de 2021 — oito anos após a tragédia.

    A sessão plenária, que também aprecia outros casos, acontece a partir das 9h30.

    Os quatro réus foram soltos em agosto, após o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) anular o julgamento. No início deste mês, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por maioria de votos, manter a anulação, rejeitando um recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS).

    Para a anulação, entre outras irregularidades, a Justiça considerou que o sorteio do júri não ocorreu dentro do prazo estabelecido em lei, as defesas foram impossibilitadas de acessar antecipadamente as listas e o juiz conversou em particular com os jurados.

    Em artigo publicado no jornal “Zero Hora”, Faccini defendeu que pessoas do povo, “submetidas a julgamento extenuantes ou com pessoas perigosas, merecem do magistrado todo respeito e consideração”.

    Ele alegou sempre ter almoçado com integrantes de seus júris, e conclamou “todos os jurados e juradas” com os quais trabalhou a serem suas testemunhas.

    Relembre o caso

    Em 27 de janeiro de 2013, um incêndio na boate Kiss, localizada na área central de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, resultou na morte de 242 pessoas e feriu 636. O local recebia a festa universitária “Agromerados”.

    O fogo teve início após um dos integrantes da Banda Gurizada Fandangueira disparar um artefato pirotécnico e as fagulhas atingirem o teto, que era revestido de espuma.

    Em 2021, os sócios do estabelecimento, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor musical Luciano Bonilha Leão foram condenados pelo episódio.

    Veja como eram as penas anuladas: 

    • Elissandro Callegaro Spohr: 22 anos e 6 meses de reclusão
    • Mauro Londero Hoffmann: 19 anos e 6 meses de reclusão
    • Marcelo de Jesus dos Santos: 18 anos de reclusão
    • Luciano Bonilha Leão: 18 anos de reclusão

    Vídeo: STJ mantém anulação do júri dos réus da boate Kiss

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