Galeria: conheça os seis biomas brasileiros e saiba em que região se apresentam
Amazônia e Pantanal estão entre os biomas com maior cobertura de vegetação nativa
O Brasil tem 66% de cobertura de vegetação nativa, considerando também as áreas que já foram desmatadas e estão se regenerando. Essas vegetações são os chamados biomas brasileiros, cada qual com sua característica típica, em distintas partes do país.
Amazônia, Pantanal, Caatinga, Cerrado, Pampa e Mata Atlântica são os seis biomas brasileiros, que conhecemos desde a escola, mas que com o passar dos anos passam por devastações e são impactadas geograficamente. Conheça as peculiaridades de cada vegetação brasileira e em que região elas se encontram.
Amazônia
A Amazônia é o maior bioma do Brasil e ocupa cerca de 40% do território. Abrange os estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso e representa maior floresta tropical do mundo.
De acordo com informações do projeto MapBiomas, a flora deste bioma é constituída por cerca de 30 mil espécies das quase 100 mil existentes na América Latina. “Entre as espécies de plantas mais conhecidas, destaca-se a vitória-régia, característica dos igapós. E a flora constitui aproximadamente 2.500 espécies de árvores e 30 mil espécies de plantas”.
Os principais representantes da fauna na Amazônia são onça-pintada, boto-cor-de-rosa, arara-azul, capivara, cobras, como a cascavel e a jararaca.
“A Amazônia abriga também a maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia Amazônica, que detém 20% da água doce do planeta”, explica a Mapbiomas.
O clima é quente e úmido, com chuvas o ano todo. “A vegetação consiste em mata de terra firme, mata de várzea e mata de igapó. Os solos predominantes são arenosos, cobertos por camada de húmus formada por restos de flora e de vegetação, como folhas e frutos. Menos de 15% do solo é próprio para plantações agrícolas.
Pantanal
É o bioma brasileiro conhecido por sua planície alagável e detentor do título de maior área úmida tropical do planeta, com aproximadamente 180 mil km2. Localizado no centro da América do Sul, a maior parte do bioma Pantanal está no oeste do Brasil, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de se estender ao Paraguai e a Bolívia.
O projeto Mapbiomas explica, em entrevista à CNN, que o clima do Pantanal é caracterizado por duas estações bem definidas, sendo uma chuvosa e outra seca. “A concentração das chuvas entre os meses de novembro e março, cria um pulso de inundação sazonal característico do bioma na época chuvosa e a susceptibilidade às queimadas na estação seca”, explica.
A flora e a fauna do Pantanal resultam da influência dos biomas vizinhos como a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado. “O Pantanal apresenta um mosaico de vegetações como, por exemplo, os campos limpos, campos sujos e florestas estacionais.”
Na fauna, destacam-se o tuiuiú, o cervo-do-pantanal, a arara-azul, o jacaré-do-pantanal, entre outros animais. O bioma abriga diversas etnias indígenas, comunidades Quilombolas e Ribeirinhas.
A agropecuária e a pesca estão entre as principais atividades tradicionais e econômicas desenvolvidas no Pantanal, segundo informações do Mapbiomas.
Cerrado
O cerrado é o segundo maior bioma da América Latina, conhecido como a Savana brasileira. Abrange os estados de Rondônia, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e o Distrito Federal.
Este bioma possui uma grande variedade de fauna e flora, apresentando cerca de 837 espécies de aves, 185 espécies de répteis, 194 espécies de mamíferos e 150 anfíbios.
Os principais representantes da fauna do Cerrado são: tucano, tamanduá-bandeira, lobo-guará, onça-parda, veado-campeiro, entre outros. Abriga cerca de 11.627 espécies de plantas nativas (catalogadas).
De acordo com o Mapbiomas, a fauna ainda compreende 1200 espécies de peixes, 180 tipos de répteis e 150 espécies de anfíbios. Em relação à flora, muitas espécies são usadas para fins medicinais e para alimentação. São representantes da flora do Cerrado: ipê, cagaita, angico, jatobá, pequi, barbatimão, entre outros.
O Cerrado abriga nascentes dos principais rios brasileiros, compreendendo nove das doze bacias hidrográficas existentes no Brasil. O clima predominante é o tropical sazonal, apresentando duas estações bem definidas: invernos secos e verões chuvosos.
Apresenta vegetações distribuídas em formações savânicas, florestais e formações campestres. As espécies variam entre plantas arbóreas, herbáceas, arbustivas e cipós. Além das árvores de troncos tortuosos, que podem apresentar até 20 metros, há também cactos e orquídeas no Cerrado.
Os solos do Cerrado caracterizam-se, principalmente, pela profundidade e drenagem. São bastante porosos e permeáveis, propiciando o processo de lixiviação (processo erosivo provocado a partir da lavagem da camada superficial do solo), e consistem em cores avermelhadas.
Caatinga
Localizado principalmente na região Nordeste brasileira, abrange os estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais.
A Caatinga possui clima tropical semiárido, com temperaturas elevadas e chuvas escassas, as secas podem durar até nove meses. Os solos do bioma Caatinga são rasos, pedregosos e pouco permeáveis.
“A vegetação da Caatinga costuma ser bastante seca, com espinhos e poucas folhas. Nas áreas mais secas, de solo raso e pedregoso, a caatinga se reduz a arbustos, plantas tortuosas e cactáceas, como o facheiro, o mandacaru e o xique-xique”, exemplifica o Mapbiomas.
Abriga várias espécies de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes. Os principais representantes desse bioma são jacaré-do-papo-amarelo, jiboia, ararinha-azul, cágado e soldadinho-do-araripe. Estima-se que 15% a 20% do bioma estão em estágio de alto grau de degradação, correndo o risco de desertificação, diz o Mapbiomas.
Mata Atlântica
Localizado principalmente na faixa litorânea brasileira de Norte a Sul, o bioma Mata Atlântica abrange parte diversos estados brasileiros: Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás.
O clima é caracterizado como tropical úmido, apresentando temperaturas mais frias no Sul do bioma e mais quentes ao Norte.
Tem florestas densas e fechadas com árvores de médio e grande porte, cujas copas tocam-se, caracterizando uma formação contínua de florestas que podem alcançar até 60 metros de altura, com presença de folhas largas e perenes, aponta estudo do Mapbiomas.
“Possui como particularidades as praias e manguezais, de grande importância para a biodiversidade e lar de espécies de animais endêmicas. Os principais representantes da fauna são micos, tamanduás, tucanos, jaguatiricas, rãs, onças-pintadas e bichos-preguiça”
Segundo informações da Mapbiomas à CNN, este bioma é o mais devastado do Brasil, o qual deu-se início logo a partir do descobrimento do país em 1500. É intitulada reserva da biosfera pela UNESCO e patrimônio nacional na Constituição Federal de 1988.
Pampa
O Pampa ocupa cerca de 2% do território brasileiro, engloba a região Sul do Brasil, no estado do Rio Grande do Sul. A vegetação é composta por plantas herbáceas, arbustos e árvores de pequeno porte.
O clima no Pampa é subtropical úmido, com temperaturas médias em 18 °C. As estações do ano são muito bem definidas e as chuvas bem distribuídas ao longo dos meses. O solo, em geral, é de baixa fertilidade natural e bastante suscetível à erosão.
“Apesar da baixa fertilidade, a principal atividade econômica da região é a pecuária, facilitada pelo relevo plano levemente ondulado. Levando-se em conta o número de plantas encontradas por metro quadrado, o Pampa é o bioma que apresenta a maior diversidade. A flora conta com, aproximadamente, três mil espécies vegetais”, aponta o Mapbiomas.
Na flora, destaca-se o capim-forquilha, a grama-tapete, o trevo-nativo e o amendoim-nativo, entre outros. Os principais representantes da fauna são ema, perdiz, pica-pau, joão-de-barro, veado-campeiro e preá.
“Embora possua grande biodiversidade, tem sido bastante afetado pela ação humana, principalmente para a utilização das terras para a agricultura e pecuária. Estima-se que restam cerca de 30% da vegetação original, podendo gerar profundos impactos, como o risco de extinção de algumas espécies, o aumento da erosão e a intensificação do processo de arenização dos solos”, alerta o projeto Mapbiomas.
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