Biólogo registra máscaras boiando no mar do RJ e alerta para proteção de oceanos
Diretor do Instituto Mar Urbano, Ricardo Gomes falou sobre os impactos ao meio ambiente com o descarte irregular de EPIs usados na pandemia
Indispensáveis desde o início da pandemia de Covid-19, máscaras descartáveis foram registradas no mar do Rio de Janeiro nesta semana pelo diretor do Instituto Mar Urbano, Ricardo Gomes. O biólogo falou à CNN neste domingo (2) sobre os impactos ambientais que o descarte irregular dos itens usados para a prevenção do novo coronavírus causa aos oceanos.
“No mundo, mais de 130 bilhões de máscaras são descartadas todos os dias no meio ambiente. Multiplicando por cinco meses [de pandemia], estamos falando de centenas de bilhões de máscaras que, de alguma maneira, vão parar nos oceanos”, disse Gomes.
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O especialista alertou que uma máscara no mar pode ser confudida como alimento por uma tartaruga marinha, por exemplo. “Já começamos a ver relatos de gaivotas na Europa que ficaram emaranhadas em máscaras cirúrgicas. Temos que fazer todos os esforços possíveis contra a Covid, mas temos que ter um objetivo sustentável”, apontou.
Gomes ainda citou que mais de 1 bilhão de pessoas depende diretamente dos oceanos para sobreviverem. “Está se discutindo no mundo inteiro como fazer a população entender a importância do oceano para a sobrevivência da espécie humanda. No Brasil, somos conhecidos como um povo que tem ‘tradição de praia’, mas nossa relação com o oceano termina na faixa de areia”, criticou o biólogo.
(Edição: Leonardo Lellis)