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    Bebê recebe alta de UTI dias após mãe morrer por complicações da Covid-19

    Mãe, de 33 anos, não apresentava comorbidades e morreu após internação em Curitiba

    Bebê Catarina Vitória volta para casa após perder a mãe no parto; “A gente se agarra nela para buscar forças nesse momento tão difícil”, diz pai
    Bebê Catarina Vitória volta para casa após perder a mãe no parto; “A gente se agarra nela para buscar forças nesse momento tão difícil”, diz pai Foto: Acervo pessoal

    Anna Gabriela Costa, colaboração para CNN Brasil

    A bebê Catarina Vitória, que nasceu enquanto a mãe estava intubada por complicações de Covid-19, recebeu alta da UTI neonatal do Hospital Vita, em Curitiba, neste sábado (9). A criança nasceu prematura, no dia 3 de dezembro, e permaneceu na UTI até atingir o peso desejável para poder ir para casa.  A mãe, Daiana Costa, de 33 anos, morreu dias após dar à luz.

    A mãe da criança não apresentava comorbidades (junção de duas ou mais doenças em uma mesma pessoa). Entretanto, assim que começou a apresentar sintomas de Covid-19, aos 7 meses de gravidez, precisou ser internada e morreu em poucas semanas. 

    “Ainda sem entender como uma mulher nova, saudável, com 33 anos, cheia de planos pela frente, acaba perdendo a vida, são situações inexplicáveis”, afirma o marido de Daiana e pai da bebê, Helton Silva. 

    A alta da criança foi celebrada não apenas pelos familiares, mas também pelos profissionais de saúde do hospital, que se comoveu com a história de Catarina e sua mãe.

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    “Agradeço toda a equipe médica e de enfermagem, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e psicólogos que cuidaram da Catarina, de modo tão especial, em todo esse período de UTI. Eles estenderam essa atenção, amor e carinho a toda a nossa família. Pessoas especiais que convivem com o risco da morte, mas que exalam vida!”, diz a madrinha da criança, Tatiane Lima.

    Para a família, o nascimento da pequena Catarina traz um misto de sentimentos, mas a alegria predomina, principalmente no dia que a criança recebe alta hospitalar.

    “Desde o dia 1 até o dia 26 de dezembro, que foi o dia que minha esposa faleceu, foram os piores dias da minha vida. Eu tinha muito medo de chegar para ver a Catarina e meu sentimento de dor e tristeza ser maior que o de alegria por ter ela na nossa vida. Mas quando olhei para a Catarina, me desmanchei em chorar, algo maravilhoso me tocou e é ela a nossa fonte de energia, a gente se agarra nela para buscar forças nesse momento tão difícil”, conta o pai.

    De acordo com a família, a criança atingiu 1.940 quilo, 49 centímetros, não faz mais uso de aparelhos nem medicamentos. Catarina irá tomar um leite especial para recém-nascido e, amigos e parentes estão organizando uma vaquinha virtual para auxiliar nas despesas da criança, uma vez que as roupinhas que haviam sido compradas pela mãe ainda não podem ser usadas, pois a criança necessita de vestimentas e fraldas em tamanhos menores. 

    “Ela cabe na palma da mão. A madrinha é a mãe na falta da mãe, hoje estou vivendo um misto de sentimentos, a dor do luto da falta da minha irmã, que era a minha cunhada, e a alegria de presenciar o milagre da vida na pequena Catarina. Vou cuidar dela e do meu irmão, já me mudei com a minha família para a casa dele – e agora somos verdadeiramente uma só família”, diz Tatiane. 

    Além de Catarina, a mãe também deixou uma filha mais velha, de 11 anos. Para Helton Silva, as crianças trarão força para a família suprir a ausência de Daiana. “Minha missão agora é honrar tudo que a mãe dela deixou, dar muito amor para ela e para a Helena, a irmã mais velha, que tem se mostrado muito forte também. Temos que dar muito carinho e amor para as duas, isso que nos motiva todos os dias”.