Barragem que transbordou em MG será autuada em R$ 1 milhão por dia, diz Zema à CNN
Governador mineiro afirmou que valor será cobrado até que situação seja restabelecida; empresa Vallourec disse que não foi notificada de qualquer medida judicial
A Mina de Pau Branco, da empresa Vallourec, em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, teve suas atividades suspensas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, após decisão emitida na noite de sábado (8), a pedido do Ministério Público de MG.
O pedido do MP vem após uma estrutura de contenção da água acumulada pelas chuvas transbordar neste sábado, interditando a BR-040, onde a água chegou a atingir carros. A rodovia liga o estado ao Rio de Janeiro.
Em entrevista à CNN neste domingo (9), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que o estado de Minas Gerais, através da Advocacia-Geral do Estado (AGE), entrou em conjunto com a ação do Ministério Público.
Zema afirmou que a empresa Vallourec será autuada em R$ 1 milhão por dia até que a situação de transbordamento seja restabelecida. Em nota enviada à CNN, a empresa afirmou que não foi notificada de qualquer medida judicial.
O governador complementa que a ação inclui um pedido de indenização aos afetados porque a paralisação de um trecho da BR-040 impactou a população e a atividade econômica local.
Ele ainda ressaltou que a chuva tem impactado a região há 15 dias, e a previsão é de que ela continue pelas próximas horas.
“O solo não tem mais condição de absorver água e tudo que chove nesse momento é direcionado para os rios, e assistimos essas cenas de inundação, barragens transbordando. É um momento muito difícil”, disse.
Zema apontou que a secretaria de Meio Ambiente e a Defesa Civil estadual têm acompanhado, em conjunto com a Agência Nacional de Mineração (ANM), a situação de todas as barragens do estado.
“Temos acompanhado hora a hora a situação para, caso alguma barragem venha a apresentar risco, as pessoas afetadas sejam avisadas com antecedência”, declarou.
“Esperamos que a tragédia de Brumadinho e Mariana nunca mais voltem a ocorrer. Nosso trabalho é nesse sentido”, completou.
O governador ainda cita a lei “Mar de Lama Nunca Mais”, aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que prevê o fim de mais de 50 barragens do estado.
“Elas vão ser removidas. O material que está dentro dessas barragens vai ser retirado e elas deixarão de existir. Mas essa retirada do material não se faz rapidamente. Durante décadas esse material foi acumulado, são milhões de toneladas, e você vai retirando caminhão por caminhão”, disse.
“Muitas mineradoras estão num ritmo acelerado, mas ainda vai levar algum tempo”, complementou.
Veja imagens do impacto das chuvas que atingiram Minas Gerais nas últimas semanas:
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