Bahia mostra que se preocupa com luta antirracista no futebol, diz especialista
Idealizador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol analisou a postura do Bahia, após jogador do clube ser acusado de racismo por flamenguista
Na madrugada desta segunda-feira (21), o Esporte Clube Bahia anunciou que afastou das atividades do clube o meia colombiano Juan Pablo Ramírez, em período ainda indeterminado, até ser apurada a acusação de racismo contra o atleta.
Após vitória do Flamengo por 4 a 3 contra o Bahia neste domingo, o meia Gerson, do rubro-negro, acusou Ramírez de ter cometido injúria racial contra ele. Em entrevista concedida após o jogo, o flamenguista afirmou que, durante uma discussão, Ramírez disse a ele: “cala a boca, negro”. Ontem mesmo o Bahia anunciou a demissão do técnico Mano Menezes.
Para Marcelo Carvalho, idealizador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, a postura do clube foi “exemplar”.
Assista e leia também:
Polícia abre inquérito para apurar injúria racial contra Gerson, do Flamengo
Futebol tem uma missão social importante, diz vice jurídico do Flamengo
Caso Gerson: injúria racial em jogo do Campeonato Brasileiro vai parar no STJD
“Nas redes sociais muito se cobrava do Bahia para que mostrasse de fato ser um clube ligado à questão racial. E demonstrou isso porque quando suspende Ramírez, dá ênfase à voz da vítima e isso é muito importante”, argumentou.
“Porque nós vivemos no Brasil que sempre duvida da pessoa que denuncia racismo. Ontem, o Mano fez isso. A primeira coisa que fez foi colocar em dúvida a palavra do Gerson, chamando-o de malandro por denunciar o racismo e dizer que seu atleta jamais cometeria esse ato”, prosseguiu.
Na avaliação de Carvalho, ao suspender o meia para averiguar se de fato houve ofensa, o Bahia “está mostrando que é um clube que está preocupado com a luta antirracista.”
(Publicado por: André Rigue)