Automedicação pode agravar casos de dengue; entenda
A doença não possui um tratamento específico, mas existem medicamentos que devem ser evitados
Com o aumento de casos de dengue no Brasil, a automedicação se tornou uma preocupação contínua. Segundo o Ministério da Saúde, a dengue não possui um tratamento específico, ou seja, os medicamentos são usados para amenizar os sintomas da doença.
Porém existem medicamentos que, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são contraindicados em casos de suspeita do vírus, pois pode agravar e evoluir o quadro clínico da doença.
Anti-inflamatórios ou remédios a base de ácido acetilsalicílico, alguns conhecidos como: indometacina, ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, naproxen, sulfinpirazona, fenilbutazona, sulindac e diflunisal. E medicamentos de corticóides, como: prednisona, prednisolona , dexametasona e hidrocortisona, devem ser evitados, pois podem aumentar a tendência hemorrágicacasos na dengue.
Segundo Renato Kfouri, infectologista vice-presidente da Sociedade Brasileira de imunizações, o uso de substâncias que inibem nosso sistema imunológico, ou que sejam tóxicas especialmente para o fígado pode complicar a evolução “por isso está contra indicado o uso de corticoides antibióticos anti-inflamatórios. A dengue é uma doença que se trata somente com uma hidratação vigorosa e é importante salientar para os pacientes que estão com diagnóstico de dengue quais são os sinais de alarme que vão prevenir a evolução do concurso mais grave”, explica Kfouri.
A dengue é uma doença febril aguda de 39°C a 40°C, que vem acompanhada de dor pelo corpo mal-estar, dor forte atrás dos olhos. A pessoa que apresentar esses sintomas deve procurar imediatamente o serviço de saúde.
“A importância do diagnóstico correto exige na orientação adequada desse paciente saber ou não se está com dengue. É fundamental olhar especialmente para os sinais de alarme. Quem está com dengue precisa saber que quando apresentar dor abdominal intensa vômitos desmaios sangramentos, deve procurar um serviço de emergência com rapidez, porque podemos estar na evolução de um quadro mais grave da doença”, orienta o infectologista.
O Brasil chegou à marca de 532.921 casos prováveis de dengue e 90 mortes pela doença desde janeiro, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quinta-feira (15). Outras 348 mortes estão sendo investigadas.
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou nesta quinta que no estado já são 11 mortes por dengue. Os óbitos, que são apenas deste ano, estão distribuídos por oito cidades, que são: capital (1), Taubaté (2), Pindamonhangaba (2), Tremembé (1), Bebedouro (1), Pederneiras (1), Marília (2) e Guarulhos (1).
Vacinação
Nesta quinta-feira (15), a cidade de Salvador (BA) recebeu 56.493 doses de vacina e iniciou a imunização contra a doença. A primeira fase da vacinação prioriza os pré-adolescentes entre 10 e 11 anos.
O primeiro vacinado na capital baiana foi Vitor Santos Abreu, de 10 anos. “Intensificamos as atividades de monitoramento e prevenção, bem como reforçamos a conscientização sobre prevenção junto à população. Com o avanço da imunização, esperamos que a dengue seja classificada como mais uma doença imunoprevenível, mas o enfrentamento contra o mosquito Aedes deverá continuar sendo prioridade de cada cidadão”, disse a secretária de saúde de Salvador, Ana Paula Matos.