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    Aumento de vendas de bebidas alcoólicas por delivery não anima setor

    Levantamento obtido pela CNN mostra que, apenas na primeira quinzena de abril, a queda média do faturamento das empresas do segmento foi de quase 72%

    Paula Forster Da CNN, em São Paulo

     

    As vendas do setor de bebidas alcoólicas não são nada animadoras. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), que reúne todas as categorias de bebidas alcoólicas, obtida com exclusividade pela CNN, mostra que, somente na primeira quinzena de abril, a queda média do faturamento das empresas do segmento foi de quase 72% comparada aos meses anteriores à quarentena. A redução é 20% superior a que foi registrada na segunda quinzena do mês de março (período do dia 15 a 31), quando a baixa do faturamento foi de quase 51%. 

    “Desde o inicio da quarentena, registramos um aumento, no período da tarde, de 60% no número de pedidos de bebidas alcoólicas, enquanto que, no período da noite, o aumento foi de 40% em relação aos meses anteriores”, diz Tales Lozar Ulian, sócio de uma empresa de delivery de bebidas, localizada na zona norte da cidade de São Paulo. 

    Segundo a Abrabe, embora tenha notado um crescimento de vendas nos canais online, ela nem de perto supera a perda do faturamento das empresas que estão com os estabelecimentos fechados. “A Abrabe, junto com a KPMG, realizou um estudo, em 2019, que apontou que 61% do consumo de bebidas alcoólicas acontecem em bares, restaurantes e grandes eventos. Então é natural que com o isolamento social haja um impacto significativo nas vendas do setor”, explica a presidente-executiva da associação, Cristiane Foja. Segundo ela, se as vendas diminuíram, consequentemente, o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil neste período também diminuiu.

    Tales tem consciência de que faz parte do universo de exceção neste contexto de crise em decorrência da pandemia do novo coronavírus. “Acontece que já operávamos com o delivery focado nesse segmento. Muitos clientes que compravam no balcão [cujas vendas estão paradas desde o início da quarentena no estado de São Paulo] passaram a pedir o delivery e também novos clientes começaram a utilizar esse serviço”, explica.

    Segundo Tales, a expectativa, passada a pandemia, é de que a demanda não caia tanto, porque acredita em uma mudança de comportamento de consumo das pessoas, que vão migrar mais para o online.