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    Aulas presenciais ainda não retornaram em 73% dos municípios brasileiros, diz CNM

    Medo causado pela variante Ômicron e expectativa por maior cobertura vacinal infantil são os motivos pela cautela no retorno às unidades de ensino

    Lucas Janoneda CNN

    Em Rio de Janeiro

    As aulas presenciais na rede pública de 73,7% das cidades brasileiras ainda não retornaram. É o que aponta um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgado nesta sexta-feira (4).

    O medo causado pela variante Ômicron e a expectativa por coberturas maiores da vacinação infantil são os motivos pela cautela no retorno, aponta o estudo. Os dados foram compilados entre 31 de janeiro e 3 de fevereiro, a partir da resposta de 1,8 mil prefeituras.

    O documento também mostra que uma em cada dez cidades brasileiras ainda não tem nenhuma previsão de retorno das aulas presenciais, em função da expectativa sobre o cenário epidemiológico da região.

    Para o especialista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Raphael Guimarães, a vacinação infantil é fundamental para a retomada das atividades presenciais nas unidades de ensino.

    “A atividade in loco induz maior aglomeração. Vacinar as crianças é prioridade absoluta para que esse retorno seja seguro. Muitos países colocaram as aulas como uma das últimas atividades que deveria voltar de forma presencial”, disse Raphael Guimarães.

    Com o intuito de acelerar o retorno presencial, a pesquisa da CNM mostra que 96% das cidades já começaram a vacinar as crianças de 5 a 11 anos. No entanto, quase 20% dos municípios estão com escassez de imunizantes.

    Sobre a obrigatoriedade da imunização para a realização da matrícula do aluno na rede municipal, 21% das prefeituras afirmam que vão cobrar o passaporte da vacina. Já 26,6% disseram que não vão obrigar a comprovação, enquanto 51% das cidades brasileiras ainda analisam a possibilidade.

    Apesar da preocupação com a Covid-19, a Associação Brasileira de Educação Infantil (Asbrel) emitiu uma nota à CNN destacando a importância do retorno às aulas. Segundo o comunicado, a privação do contato presencial é ‘muito’ prejudicial para as crianças mais jovens.

    “É na escola que as crianças têm o primeiro contato com a sociedade, fora do ambiente do lar. A escola não é somente um lugar de aprendizagem pedagógica. No caso da Educação Infantil em especial, representa um espaço de socialização e de inter-relação”, esclareceu Frederico Venturini, vice-presidente da Asbrei.