Assembleia do AM aprova abertura de processo de impeachment contra governador
Documento foi protocolado na Assembleia pelo Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam) na terça-feira (28)
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Josué Neto (PRTB), aprovou nesta quinta-feira (30) a abertura de um processo de impeachment do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e do vice-governador, Carlos Almeida (PTB).
O documento foi protocolado na Aleam pelo Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam) na terça-feira (28). O presidente da entidade, Mário Viana, afirmou que o pedido estava baseado na “negligência e omissão do estado” em relação à saúde, incluindo a responsabilidade pelas mortes de cidadãos e profissionais que atuam no combate ao novo coronavírus.
Durante a sessão virtual, o presidente da Assembleia, Josué Neto, afirmou que a sua decisão era imparcial, sem o intuito de favorecer ou desfavorecer alguém politicamente, e que engavetar esse pedido de afastamento do governador seria “suspeito” e “antidemocrático”. “Estamos vivendo a maior tragédia humanitária do estado do Amazonas causada certamente por uma incapacidade administrativa do governo do Estado”, disse.
Para que o pedido de afastamento seja aprovado, é necessário o voto de 16 dos 24 deputados estaduais. Na próxima terça-feira será criada uma comissão especial para que os deputados avaliem a denúncia e elaborem um relatório final pela admissibilidade ou não do pedido de impeachment.
O governador Wilson Lima disse, por meio de nota, que o momento é “inoportuno” e que a decisão “está contaminada por questões eleitorais”.
Leia também:
“Sistema de saúde em Manaus já colapsou”, diz prefeito da cidade
Rede de saúde no Amazonas está funcionando no limite, diz governador
Governador do AM vê inverno amazônico como agravante da pandemia da COVID-19
“Uma decisão solitária do presidente da Assembleia que não contribui em nada para vencermos essa guerra de todos os amazonenses contra a pandemia. O inimigo é um só. Nunca foi tão importante unir forças. É isso que a sociedade nos cobra. Enquanto pessoas morrem e o mundo se comove com a pandemia no Amazonas, o presidente da Assembleia não pode apresentar esse tipo de proposta para debatermos”, disse.
(Com Estadão Conteúdo)