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    “Áreas turísticas devem ser monitoradas e estudadas”, afirma geólogo

    Membro do Serviço Geológico do Brasil, Tiago Antonelli falou à CNN sobre acidente que matou ao menos 6 pessoas em Capitólio

    Tiago Antonelli, geólogo do Serviço Geológico do Brasil
    Tiago Antonelli, geólogo do Serviço Geológico do Brasil Reprodução/CNN

    Anna Gabriela Costada CNN

    em São Paulo

    Em entrevista à CNN neste sábado (8), o geólogo do Serviço Geológico do Brasil Tiago Antonelli falou sobre a importância de estudos e monitoramentos em regiões turísticas do Brasil para evitar que ocorram tragédias como a de Capitólio (MG) – onde o desabamento de uma rocha em Lago de Furnas causou a morte de ao menos sete pessoas.

    O geólogo acredita que as fortes chuvas que atingem a região podem ter contribuído para a queda da estrutura, entretanto, Antonelli destaca a importância de um monitoramento perene em regiões turísticas, especialmente em cenários rochosos.

    “Preliminarmente podemos deduzir que esse período de chuvas deve ter contribuído; possivelmente alguma trinca, alguma rachadura nesse espaço rochoso acelerou os processos erosivos de condução de material, que aumentou essa trinca e fez com que infelizmente essa rocha tombasse”, explicou.

    Antonelli acrescentou que tais monitoramento geotécnicos são, normalmente, feitos em áreas maiores, de hidrelétricas, sem enfoque em áreas turísticas.

    “Temos a cultura de aprender depois que o desastre acontece, foi assim com a barragem de Brumadinho, o estudo que faria a prevenção de um evento como esse. Geralmente ele é focado em grandes áreas, barragens e hidrelétrica, é feito todo o estudo geológico; mas para áreas turísticas não tínhamos até hoje esse estudo, infelizmente esperamos acontecer um evento desse para depois ver a necessidade desse monitoramento”, disse.

    Para o geólogo, o acidente deste sábado (8) reitera a importância do monitoramento no local, e recomenda que as atividades turísticas só sejam retomadas após o estudo completo.

    “Deixa um alerta para todos nós, para que as áreas turísticas, áreas rochosas, sejam estudadas por geólogos, engenheiros especialistas, para que essas fraturas e trincas sejam mapeadas. No caso específico de Capitólio, teria de ter a interdição de toda essa área, até todos esses paredões serem devidamente estudados e mapeados”, afirmou.

    Acidente

    O desabamento de uma rocha sobre lanchas na região de Capitólio, em Minas Gerais, deixou ao menos sete mortos no começo da tarde deste sábado (8).

    Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que um grande bloco de pedras desaba na água. O incidente teria começado com uma “cabeça d’água” na região dos cânions, provocando o desabamento de pedras e estruturas rochosas, que atingiram ao menos três embarcações — 2 afundaram.

    O tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de MG, confirmou que dois homens, ainda não identificados, morreram.

    Pelo menos 32 ficaram feridos nesse acidente. Entre eles, 23 pessoas foram atendidas na Santa Casa de Capitólio com ferimentos leves e já foram liberadas. Outros dois feridos, com fraturas expostas, estão sendo atendidos na Santa Casa do município de Piumhi.

    Três feridos estão sendo tratados na Santa Casa da cidade de Passos, mas não há informações do estado de saúde delas. Por fim, quatro vítimas estão sendo tratadas na Santa Casa de São João da Barra, com ferimentos leves.